Com o aumento no número de casos de contaminados pelo coronavírus no estado, o Governo de Minas reforça e atualiza uma das estratégias mais importantes para conter a cadeia de transmissão do vírus: o monitoramento dos contatos de casos suspeitos ou confirmados pela covid-19. A recomendação é uma investigação intensa nas cidades mineiras, com base em diretrizes que foram atualizadas.

Desde o início da pandemia, o Governo de Minas, seguindo orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), adotou como estratégia o monitoramento e manejo dos contatos de casos suspeitos ou confirmados de covid-19 no estado. Com a transmissão do vírus em ascensão e novas descobertas da ciência sobre o comportamento da doença, atualizações foram feitas e divulgadas em nota técnica publicada no início de julho.

O documento traz hierarquia de avaliação e monitoramento de contatos, dividindo-os em prioridades: muito alta, alta, intermediária e baixa. Os profissionais de saúde, pacientes hospitalizados e indivíduos que trabalham em locais com aglomeração pertencem ao grupo de prioridade muito alta para o rastreamento. Os trabalhadores de serviços essências, indivíduos com 60 anos ou mais, pessoas com maior risco de doença grave, gestantes e puérperas de até 45 dias pós-parto são do grupo de prioridade alta.

Aqueles com sintomas e que não atendem a nenhuma das categorias anteriores são considerados prioridade intermediária. E os assintomáticos que também não atendem a nenhuma das outras categorias são considerados prioridade baixa.

Investigação

Para a covid-19, um contato próximo é definido como qualquer indivíduo que esteja a menos de 2 metros de uma pessoa infectada por pelo menos 15 minutos, a partir de 2 dias antes do início da doença, ou, para os pacientes assintomáticos, 2 dias antes da coleta positiva da mostra até o tempo em que o paciente está isolado, conforme recomenda o Center for Disease Control and Prevention (CDC).

Nesse sentido, é considerada a transmissão assintomática dois dias antes do início da doença. “Os contatos devem ficar isolados durante 14 dias depois da última aproximação do infectado. O prazo de isolamento, inclusive, é menor do para aquele que testou positivo, que deve ficar isolado por 10 dias, pois consideramos que ele já passou pelo processo de intubação do vírus, e o contato pode ainda estar na janela de intubação”, explica Janaína Fonseca Almeida Souza, diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da SES-MG.

A investigação dos contatos próximos deve ser feita, preferencialmente, por telefone ou aplicativos de mensagem, cabendo ao profissional de saúde orientar sobre as práticas de prevenção e controle da covid-19. É recomendável que equipe de estratégia da família faça, pelo menos, uma visita sem aviso prévio para avaliar o isolamento.

Quebra na transmissão

Os contatos próximos, com sintomas leves, devem se auto-isolar imediatamente e serem encaminhados para testes, se estiverem dentro dos critérios estabelecidos pela SES-MG para a testagem, e cuidados médicos. Já os contatos próximos assintomáticos devem ser orientados a se auto-isolarem durante 14 dias após a última exposição potencial, observando diariamente os sintomas.

Esse tipo de rastreamento é, segundo a médica infectologista da SES-MG, Tânia Marcial, de extrema importância para a quebra do ciclo de transmissão do vírus. “Se as medidas de isolamento e higiene forem tomadas, esse tipo de investigação é eficaz para o controle da doença”, avalia.

C/ Agência Minas

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