Endocrinologista afirma que não e alerta que níveis elevados estão associados a riscos para a saúde |
A vitamina D, conhecida como “vitamina do Sol”, é fundamental no metabolismo do cálcio e mineralização do tecido ósseo, além de suas funções extraesqueléticas, muito estudadas atualmente, como o seu papel na imunidade, desenvolvimento cerebral, reparo do DNA, entre outras. Segundo a endocrinologista da Unimed Araxá, Thaís Vital, a deficiência grave de vitamina D pode causar doenças como o raquitismo e retardo do crescimento em crianças e a osteomalácia em adultos. A médica ressalta que estas situações são pouco comuns na atualidade, o que não diminui a preocupação em relação ao assunto.
“A deficiência subclínica de vitamina D, medida pela baixa concentração sérica de 25 OH Vitamina D é muito comum atualmente, devido à menor exposição solar e uso de filtro solar. O que muitos não sabem é que a famosa ´vitamina do sol´ é, conceitualmente, um hormônio em função da capacidade de ser sintetizada integralmente pelo organismo e o fato de ter receptores específicos em diversos tecidos do corpo”, comenta. Vitamina D e o sol Durante a exposição solar, fótons UVB (ultravioleta B) de alta energia penetram na epiderme (camada da pele), iniciando, assim, a primeira etapa de produção da vitamina D. “Em seguida, no tecido hepático, ocorre a bioativação da vitamina D, e então, a 25 OH Vitamina D é transportada para os rins, onde sofre mais uma hidroxilação e se torna ativa. Portanto, a vitamina D é integralmente produzida pelo nosso organismo e o primeiro passo para isso é a exposição solar”, explica a Dra. Thaís. Alimentação As fontes alimentares de vitamina D são bastante escassas na maioria das dietas. Os principais alimentos que contêm essa vitamina são: salmão enlatado, atum enlatado, ovo (gema), fígado de boi cozido e óleo de fígado de bacalhau. A produção endógena de vitamina D pelo nosso corpo, supre de 60% a 80% das necessidades e esse processo é finamente regulado para evitar a produção excessiva de vitamina D. Essencial A vitamina D é crucial para uma série de processos fisiológicos, incluindo saúde musculoesquelética, desenvolvimento cerebral, reparo do DNA, regulação de diversos genes, ação em doenças autoimunes e cardiovasculares e até mesmo proteção em vários tipos de câncer, como mama, cólon e próstata. “Seu efeito no metabolismo ósseo consiste em aumentar a absorção duodenal de cálcio e agir diretamente no osso, participando do processo de mineralização. Os efeitos extraósseos da vitamina D resultam da presença de receptores de vitamina D e de uma enzima responsável pela sua ativação, presentes em diversos tecidos, incluindo o pâncreas, sistema imune, estômago, epiderme, cólon e placenta”, comenta a médica. Níveis A determinação do status da vitamina D é estimada medindo as concentrações de 25-OH vitamina D, que é o metabólito mais estável e abundante no soro humano. “Os níveis séricos ideais de vitamina D são discutíveis na literatura médico-científica. A Endocrine Society considera como suficiente, níveis de 25 OH Vitamina acima de 30 ng/ml. Níveis de 25 OH Vitamina D entre 20 e 29 ng/ml indicam insuficiência e níveis inferiores a 20ng/ml indicam deficiência. A National Academy of Medicine (NAM), anteriormente chamada de Institute of Medicine (IOM), define como suficiente, concentração sérica de 25 OH Vitamina D acima de 20 ng/mL. Apesar das controvérsias quanto à definição de valores de 25 OH Vitamina D que correspondem à suficiência da mesma, os especialistas concordam que níveis inferiores a 20 ng/mL são subótimos para a saúde do esqueleto”, complementa. Quanto mais vitamina D, melhor? Existe um paradoxo inerente quando se considera a reposição de vitaminas, uma vez que níveis baixos podem ser prejudiciais, assim como níveis elevados, estão associados a riscos para a saúde. “Até o momento, não se demonstrou nenhum benefício em manter concentrações de 25 OH Vitamina D acima de 60ng/mL. Concentrações acima de 100ng/mL levam a maior risco de intoxicação. Portanto, os níveis de 25 OH Vitamina D devem ser mantidos dentro de uma faixa de normalidade, e aqui a máxima ´quanto mais alta, melhor`, não se aplica”, ressalta. O efeito adverso mais comum do excesso de vitamina D é a hipercalcemia, que pode se manifestar com fadiga, constipação intestinal, náuseas, vômitos, desidratação, insuficiência renal aguda (perda da função do rim), confusão mental e, até mesmo, coma. |
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