As ações de empresas do setor de atacarejo vêm chamando atenção dos investidores nos últimos anos. Com o consumo em expansão, esse modelo de negócio atrai mais consumidores.

Ao invés de comprar em supermercados, as pessoas vêm aderindo ao atacarejo, onde pode adquirir produtos de forma assimilar ao supermercado e em muitas vezes com preços mais baixos, além de contar com a possibilidade de comprar em atacado também.

Portanto, será que vale a pena investir no setor de Atacarejo? Acompanhe e descubra mais.

O que é atacarejo?

O atacarejo é um modelo que já existe a um bom tempo no Brasil, mas vem ganhando mais aderência nos últimos anos. Com o modelo se espalhando pelo Brasil, mais cidades vem recebendo supermercados no modelo de atacarejo de diferentes companhias.

Atualmente, é possível encontrar esse modelo de negócio em muitas cidades grandes e do interior, sendo que até poucos anos atrás só era possível achar algum em capitais e cidades metropolitanas.

O modelo do atacarejo é simples. Enquanto no supermercado o cliente tem acesso a diversos produtos, mas em quantidades “limitadas”, no atacarejo há a possibilidade de comprar produtos no atacado, contando com descontos.

Assim, tanto os consumidores pontuais, quanto aqueles que possuem um restaurante ou outro negócio podem ir ao atacarejo e fazer suas compras em quantidades.

Diferente dos supermercados, neste modelo de negócio, o cliente tem condições de comprar alguns produtos em atacado e economizar. Considerando esta vantagem, fica claro que o modelo tende a atrair mais consumidores.

Portanto, é natural que o atacarejo vá ganhar cada vez mais força no mercado e ampliar ainda mais seu segmento no Brasil.

Quais atacarejos estão listados na bolsa?

Hoje na bolsa existem ao menos três atacarejos de relevância, eles são:

– Atacadão – CRFB3;
– Grupo Mateus – GMAT3;
– Sendas Distribuidora – ASAI3;

As três empresas em 2022 vêm registrando valorização. O CRFB vem se valorizando em 34,99%, GMAT3 possui ganhos de 13,6% e por fim, ASAI3 está conquistando valorização de 37,97%.

Até o segundo trimestre de 2022, o Atacadão conquistou faturamento de 25,28 bilhões de reais (aumento de 14,1% no faturamento nos últimos cinco anos), o grupo Mateus gerou faturamento de 5,2 bilhões de reais (aumento de 29,2%% no faturamento nos últimos cinco anos) e por fim, o Sendas Distribuidora registrou faturamento de 13,29 bilhões de reais (aumento de 61,8% no faturamento nos últimos cinco anos).

Todos os três atacarejos registraram crescimento no faturamento nos últimos cinco anos. Esse cenário mostra que o setor tem potencial de crescimento e pode gerar ainda mais valor com um crescimento maior da economia brasileira e do consumo da população.

Foto Divulgação 

O que é importante avaliar antes de comprar uma ação?

Muitos investidores costumam dar atenções em ações que possuem boas margens de lucro, dividendos elevados e P/L baixo (Preço da ação dividido pelo lucro por ação).

Porém, quando analisamos companhias que atuam no setor de atacarejo, varejo e comércio em geral, as margens são exprimidas, portanto, é comum ver companhias do setor com margem líquida abaixo de 5%, por exemplo.

Considerando que a margem líquida não é um dos melhores indicadores a ser analisado em empresas do setor de atacarejo, o que devemos analisar? O giro de ativos é um dos principais indicadores que devem ser analisados.

Empresas que atuam no setor de consumo precisam do giro de ativos alto para mostrar que têm condições de manter margens espremidas, mas resultados elevados.

Como as margens são pequenas, é na quantidade de vendas que o negócio se torna lucrativo. Quanto maior for o giro de ativos, melhor.

Outro bom indicador a ser analisado é o crescimento do faturamento nos últimos cinco anos. Qualquer negócio precisa manter um crescimento em seu faturamento. Uma empresa com faturamento estagnado, ou em queda, dificilmente será sustentável por muito tempo.

Endividamento e liquidez corrente também são outros indicadores que devem entrar no radar. Uma companhia com baixo endividamento sugere menos encargos com juros e menor dependência do capital de terceiros. Já uma liquidez corrente alta, mostra a saúde financeira da companhia.

Vale destacar que as análises devem considerar uma comparação com períodos anteriores, além do atual.

Além de considerar os últimos valores dos balanços de uma empresa, é importante comparar eles aos valores do trimestre anterior. Desse modo a análise se torna mais eficiente.

Vale a pena investir no setor de Atacarejo?

Vale a pena, desde que a empresa em questão tenha bons indicadores. Por exemplo, uma firma com baixo endividamento, crescimento de faturamento nos últimos cinco anos, liquidez corrente elevada e giro de ativos, provavelmente tende a crescer e se valorizar na bolsa.

Através da valorização, o investidor tem chances de lucrar com uma eventual venda. Agora se o investidor procura ações para construir renda por meio de dividendos, as companhias do setor de atacarejo não são as melhores opções.

Isso acontece por as margens serem exprimidas e pela necessidade de caixa de tais empresas. Como o giro de ativos e o estoque são essenciais para o bom funcionamento de tais firmas, é difícil encontrar uma empresa do setor que tenha disponibilidade de caixa para distribuir bons valores de dividendos de forma recorrente aos seus acionistas.

O momento para o setor de consumo em geral, se mostra interessante e isso pode ser relevante ao investimento nas ações do atacarejo.

Com o aumento do consumo, queda do desemprego e aumento da renda dos brasileiros, a tendência é que o setor de consumo tenha faturamentos maiores e isso pode influenciar em mais valorizações das ações.

A queda do juro no futuro, pode potencializar essa movimentação também. Portanto, há boas expectativas para o futuro do segmento de atacarejo no Brasil.

É interessante analisar a expansão desses negócios, e não apenas olhar o mercado de forma isolada, é preciso entender se a gestão do negócio é boa também, até porque, por mais que um modelo de negócio seja promissor, é preciso ser gerida por pessoas boas no que fazem para o negócio dar certo.

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