O futuro de Araxá pode estar, literalmente, em nossas mãos. Está nas mãos do jovem com uma ideia brilhante que não encontra apoio. Está nas mãos da menina que sonha em criar uma startup, mas precisa deixar a cidade para estudar em Ribeirão Preto. Está, sobretudo, na nossa capacidade de valorizar o que é nosso — antes que a inovação voe para longe.
Há décadas, Araxá vive uma silenciosa evasão de cérebros. Mentes criativas, jovens com enorme potencial, estudantes talentosos e até CNPJs que poderiam nascer aqui acabam buscando abrigo – e incentivo – em outros municípios. Chamamos esse fenômeno de FURU: Franca, Uberlândia, Ribeirão Preto e Uberaba — destinos recorrentes para quem deseja inovar, empreender ou simplesmente estudar em ambientes mais estruturados.
Essas cidades oferecem algo que Araxá começa, agora, a construir: um ambiente verdadeiramente propício à inovação, com centros tecnológicos, polos universitários e ecossistemas empreendedores bem desenvolvidos.
Mas isso está prestes a mudar.
Está nascendo em Araxá o Centro de Inovação, uma iniciativa construída a partir da parceria entre o UNIARAXÁ e a Prefeitura Municipal. Este projeto tem potencial para transformar nossa economia e, mais do que isso, redefinir o destino de centenas de jovens que, se bem acolhidos, podem ser os protagonistas do desenvolvimento local.
Mais do que um prédio moderno, este centro é um chamado à união. Precisamos engajar o poder público, os empresários e o meio acadêmico para que essa iniciativa não se perca no papel. É urgente criar um ecossistema inovador que retenha talentos, incentive a pesquisa aplicada, fortaleça o empreendedorismo tecnológico e conecte as oportunidades de hoje com os sonhos de amanhã.
“Empreender pelas beiradas” é isso: atrair talentos da nossa região, fazer com que permaneçam em Araxá, gerem soluções, raízes e novas ideias. É agir com estratégia e visão para construir um futuro sustentável a partir do que temos de mais valioso — gente com vontade de fazer diferente.
Está lançado o desafio. E também a oportunidade.
Que este nascimento não seja apenas simbólico. Que gere frutos: startups, soluções, empregos e, quem sabe, uma nova identidade econômica para Araxá. Não podemos mais perder tempo — nem talentos.
O centro está nascendo. Cabe a nós garantir que ele cresça.
Um abraço e até a próxima!
Wellington Martins