Coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera explica que cada situação
precisa ser analisada individualmente para se determinar dieta
A Alimentação e a Nutrição têm um papel fundamental como fatores de proteção e de risco de doenças. De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2022), 30% dos casos oncológicos podem ser prevenidos por um estilo de vida mais saudável. Desta forma, boas escolhas alimentares no decorrer do tratamento podem reduzir o processo inflamatório da doença, melhorando assim, o quadro do paciente, e aumentando suas chances de um bom prognóstico.
A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais frequentemente em pacientes com câncer. Estima-se que 40 a 80% de todos os casos diagnosticados desenvolvem algum grau de desnutrição durante a doença, sendo que, 15 a 40% relatam perda de peso ao receber o diagnóstico. A origem da desnutrição nos pacientes é multifatorial, e ocorre devido as alterações metabólicas da patologia ou por efeitos colaterais do tratamento, levando as seguintes consequências: anorexia, náuseas, vômitos, xerostomia, disgeusia, constipação intestinal e/ou diarreia.
As implicações da desnutrição podem resultar negativamente em um resultado negativo ao tratamento, aumentar as taxas de complicações no pós-operatório, retardar o processo de cicatrização e aumentar o tempo de internação. A Coordenadora do Curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Janaina de Fátima Ávila Amaral, ressalta a importância da alimentação saudável no processo de tratamento de pacientes oncológicos para evitar desnutrição. “A alimentação é de grande importância no tratamento do câncer, sendo essencial para o sucesso do tratamento e recuperação do paciente”, explica.
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A constância de hábitos alimentares saudáveis reduz o processo inflamatório e auxilia na cicatrização da doença, consequentemente, melhorando a resposta ao tratamento e aumentando as chances de um bom prognóstico. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) preconiza as seguintes recomendações na promoção da alimentação saudável e de modos de vida que contribuem à prevenção da doença, sendo elas, manter o peso corporal adequado, ser fisicamente ativo, consumir uma dieta rica em cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas, evitar o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, limitar o consumo de carne vermelha e processada e de bebidas alcoólicas.
Porém, nos últimos anos, as mudanças no padrão alimentar e no perfil nutricional dos brasileiros vêm apontando um cenário preocupante. Um dos fatores que contribuiu para esse contexto foi o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, preparações industrializadas que contêm pouca ou nenhuma porção do “alimento in-natura” combinadas com açúcar, sal, gorduras e aditivos. Por isso, alimentar-se excessivamente com produtos ultraprocessados, pode ser um dos fatores que facilitam o desenvolvimento do câncer, associado a um estilo de vida não saudável. Janaina reforça que é essencial criar uma rotina de bons hábitos alimentares para evitar a doença, como também verificar todas as recomendações do INCA.
“Os alimentos atendem as recomendações nutricionais, mas acima de tudo envolvem aconchego, emoções, memórias afetivas proporcionando conforto e prazer, contribuindo para a aceitação da preparação ou da dieta. Mas, é importante destacar que cada paciente possui suas necessidades, sendo essencial o acompanhamento com nutricionista durante o tratamento”, completa.
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