Peças de vestuário e acessórios são descaracterizados e destinados a associação de mulheres em situação de vulnerabilidade

Um projeto do campus Araxá do CEFET-MG está dando novos destinos a produtos aprendidos pela Receita Federal: o que eram objetos importados ilegalmente para o Brasil, agora são matéria-prima para uma ação que ajuda mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa, coordenada pelo professor Paulo Soave, é apoiada pela Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário (DEDC) e faz parte de uma série de ações da Instituição que buscam dar destinos sustentáveis a mercadorias apreendidas.

Foram repassados para o projeto entre mil e dois mil produtos, recolhidos pela Receita por não terem origem comprovada ou serem réplicas de marcas famosas. São cuecas, bermudas, cintos, carteiras, bolsas, perfumes, bonés, óculos e camisetas, em um valor estimado de mais de R$ 100 mil.

Segundo o professor, o trabalho realizado é o de descaracterização destes objetos, que “consiste em retirar o atrativo comercial”, em geral, retirando a marca estampada no produto. Peças de vestuário, por exemplo, podem ser descaracterizadas com a retirada da etiqueta original e com costuras, bordados e outros tipos de customização. Óculos podem ter suas armações lixadas e pintadas. Perfumes podem ser retirados de sua embalagem original e colocados em embalagens mais simples, sem referência a nenhuma marca de luxo. Em casos nos quais não é possível manter o uso original do produto, eles são usados como matéria-prima para novos objetos: os perfumes, por exemplo, viram essências para confecção de sabonetes, velas ou amaciantes.

O trabalho do CEFET-MG está sendo feito em parceria com a associação “Ser mágico, ser mulher”. Mulheres apoiadas pela iniciativa fazem a descaracterização, com supervisão da Instituição, e os itens resultantes do processo são doados a elas, que irão vendê-los em feiras e brechós. O lucro será reinvestido na própria associação, para fornecer cursos e outras ações de apoio a estas mulheres.

Para Paulo Soave, esta parceria com a Receita Federal é de grande importância e mostra o papel social da Instituição. “Isso mostra que nós não somos apenas um lugar de um ensino, mas um link com a comunidade e com ações de solidariedade e sustentabilidade”, afirma.

C/ CEFET/MG

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