Os investigados são suspeitos de adulterar equipamentos de vans e kombis usadas para transportar estudantes
Na quarta-feira (10/2), a Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou a sexta fase da operação Malebolge, que investiga fraude em licitação do transporte escolar rural da Prefeitura de Araxá, Alto Paranaíba. Dois empresários do segmento de tacógrafo (equipamento usado para registrar a distância percorrida e a velocidade do deslocamento de veículos) foram presos temporariamente.
Os investigados são suspeitos de adulterar esses equipamentos de vans e kombis usadas para transportar estudantes, de forma que os prestadores de serviço à Administração Municipal pudessem auferir um valor superior ao que realmente era devido. Segundo o delegado Renato Alcino, que conduz o trabalho investigativo, os medidores eram adulterados para marcar 30% a mais da distância efetivamente percorrida.
Conforme explica Alcino, essa modificação teria impacto diretamente nos cofres públicos. “A prefeitura realizaria o pagamento mediante os extratos, que são emitidos pelos equipamentos eletrônicos”, esclarece, ao informar que um dos empresários preso era responsável por fazer a adulteração dos medidores para que fosse marcada essa distância superior em 30%.
Já o outro é suspeito de realizar a fraude em hodômetros de veículos que foram apreendidos na primeira fase da operação. “Naturalmente, esses veículos seriam alvo de perícia e nós constataríamos que eles não haviam percorrido a distância que efetivamente constava nos registros da Prefeitura. Então o empresário, a pedido do grupo criminoso, adulterou para mais o hodômetro”, conta o delegado.
Alcino ainda pontua que ambos os investigados confessaram as fraudes e detalharam como eram feitas as adulterações.
Trabalho investigativo
A operação Malebolge teve início em agosto de 2020. Desde então, foram realizadas seis etapas, que resultaram em prisões, apreensões de diversos materiais de interesse para a investigação, além do bloqueio de mais de 30 veículos de propriedade dos suspeitos de envolvimento em esquema criminoso, o que os impede de vender ou alienar os automotores. As apurações apontam um prejuízo estimado superior a R$ 6 milhões aos cofres municipais.