João Augusto alegou aos policiais, que quando deixava a sua casa, pela manhã, três homens
que estavam em um carro sedã, na cor preta, teriam o ameaçado gravemente com uma arma de fogo e
obrigado a caminhar até uma mata localizada a cerca de 4km da sua casa

Na sexta-feira, dia 24 de janeiro, por volta das 10h30min, foi registrada ocorrência policial noticiando o desaparecimento de um homem de 21 anos, identificado como João Augusto Chaves.  Segundo o que foi relatado pelos familiares do jovem, João Augusto teria saído de casa por volta das 09h00min para trabalhar. Entretanto, neste horário ele enviou uma mensagem para a mãe com o dizer “Socorro” e não foi mais visto.

Assim, a Polícia Civil de Araxá, a partir da notícia do seu desaparecimento, realizou diligências ao longo de todo o dia visando o esclarecimento dos fatos.  Já durante a noite, em torno das 18h, João Augusto apareceu na casa de familiares e foi levado até a UPA local para realizar exames médicos.

No local, ele conversou com a equipe de policiais da 2ª DRPC. Em suma, João Augusto alegou que quando deixava a sua casa, pela manhã, três homens que estavam em um carro sedã, na cor preta, teriam o ameaçado gravemente com uma arma de fogo e obrigado a caminhar até uma mata localizada a cerca de 4km da sua casa.

João Augusto foi submetido a diversos exames médicos na UPA e não apresentava nenhuma lesão corporal. Não foram identificadas, de acordo com a PC, marcas eventualmente causadas pelo atrito das cordas em seu corpo, não haviam equimoses, escoriações ou outro tipo de lesão correspondente à brutal violência que ele alegou ter sofrido. Foto Crédito: Arquivo Jornal Araxá

Na mata o jovem teria sido amarrado a uma árvore e submetido a horas de tortura física e psicológica. Em determinado momento, depois que os supostos agressores deixaram o local, João Augusto teria conseguido se desvencilhar das cordas e fugido.

Indagado sobre os supostos motivos que teriam levado os suspeitos a cometerem tais atos, João Augusto informou que não havia se envolvido em nenhuma briga ou discussão em data recente. Afirmou que não é usuário de drogas e não teria dívidas com terceiras pessoas, além de ter declarado que acreditava que poderia ter sido confundido com outrem.

A partir das informações fornecidas, policiais civis, militares e agentes do videomonitoramento municipal, procuraram e identificaram câmeras de vigilância instaladas no trajeto percorrido por ele.

De fato, as imagens obtidas mostraram João Augusto caminhando por ruas e avenidas da cidade, sozinho, mas o suposto veículo onde estariam os agressores, que teria seguido o jovem no decorrer de todo o percurso, não foi identificado. Aliás, nenhum veículo com as características fornecidas por João Augusto apareceu nas imagens.

Ademais, apesar de ter sido submetido a diversos exames médicos na UPA local, João Augusto não apresentava nenhuma lesão corporal. Não foram identificadas marcas eventualmente causadas pelo atrito das cordas em seu corpo, não haviam equimoses, escoriações ou outro tipo de lesão correspondente à brutal violência que ele alegou ter sofrido.

Por fim, impende ressaltar que um fato chamou a atenção dos agentes de segurança: O trajeto percorrido por João Augusto estava repleto de pessoas, veículos e estabelecimentos comerciais em funcionamento. Além disso, ele permaneceu desacompanhado durante todo o tempo, mas em nenhum momento o jovem pediu ajuda a alguém.

Por fim, diante de todos os elementos que foram obtidos pela PCMG, foi descartada a existência dos fatos criminosos descritos por João Augusto.

A Polícia Civil de Araxá informa que as investigações prosseguem no sentido de compreender o que, de fato, ocorreu.

C/ PCMG

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