Existem estudos suficientes para comprovar os malefícios do consumo de alimentos ultraprocessados,
afirma a Médica pós-graduada em Nutrologia com especialização em obesidade, Dra. Patrícia Santiago
Esta semana está sendo discutida a proposta de regulamentação da Reforma Tributária e entre os pontos mais polêmicos está o imposto seletivo, o famoso “imposto do pecado”, que consiste em uma tributação extra sobre produtos que trazem malefícios à saúde ou ao meio ambiente.
Dentre os itens incluídos até agora na lista estão cigarros, bebidas alcóolicas, carros elétricos, minérios e bebidas açucaradas, no entanto, os alimentos ultraprocessados foram deixados de fora da lista e geraram diversas críticas de especialistas.
Justificativa para a retirada dos ultraprocessados
A principal justificativa para a retirada dos alimentos ultraprocessados do imposto seletivo é que este seria uma classe de alimentos consumida predominantemente pela população de baixa renda e que taxá-los iria prejudicá-las.
Há também indicações da pressão de lobbies de empresas alimentícias contra o “imposto do pecado” e até mesmo uma suposta falta de estudos científicos suficientes para traçar um paralelo entre os ultraprocessados e malefícios à saúde.
O que é considerado um alimento ultraprocessado?
Os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por várias etapas industriais que o faça perder as características originais onde são adicionados muitos ingredientes como açúcares, óleos, sal, corantes e conservantes.
Eles são encontrados principalmente em embalagens prontas para consumo rápido ou fácil. Exemplos comuns são refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, salsichas, carnes processadas, entre outros.
Os riscos dos alimentos ultraprocessados
De acordo com a Médica pós-graduada em Nutrologia com especialização em obesidade, Dra. Patrícia Santiago, os alimentos ultraprocessados podem causar diversos riscos à saúde.
“Os alimentos ultraprocessados causam grandes riscos à saúde principalmente pelo uso excessivo de adoçantes, aromatizantes e corantes artificiais, além de altos níveis de açúcar, gordura, sódio, conservantes, e um baixíssimo teor nutricional”.
“Uma dieta baseada neles contribui para a obesidade e as diversas doenças relacionadas justamente por desequilibrar a dieta e incluir componentes nocivos ao corpo humano a longo prazo”, explica a Dra. Patrícia Santiago.
De acordo com um estudo realizado pela USP – Universidade de São Paulo -, que analisou os hábitos alimentares de quase 16 mil brasileiros desde 2020, o consumo regular de alimentos ultraprocessados aumentou em 42% o risco de desenvolver depressão.
Outro estudo, feito pelo BMG Global Health associou alimentos ultraprocessados com 32 problemas de saúde, como tumores malignos, prejuízo à saúde mental, doenças cardíacas e pulmonares e morte precoce.
Preço ou qualidade?
De acordo com a secretária de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal, a indústria de alimentos ultraprocessados pressiona contra o projeto.
“Estamos num momento crucial de confrontar o discurso de que o ultraprocessado é bom. Não é saudável, todo mundo come porque é barato, não porque é bom. Não é comida de verdade. As discussões no Congresso vão ser bastante definidoras. A gente tem uma janela de oportunidade grande agora de mudar o padrão de consumo da população mais pobre”, afirmou Rahal à DW.
Sobre Dra. Patrícia Santiago
Patrícia é graduada em medicina pela Universidade Estadual do Amazonas desde 2013, com pós graduação em Nutrologia. Atua na área de emagrecimento e performance desde 2015 com ampla experiência no acompanhamento de pacientes bariátricas. No momento desenvolvendo a comunicação digital para pacientes com foco em reeducação alimentar, mudança de estilo de vida e alta performance.
C/ MF Pless Global