O inverno chegou oficialmente nesta quarta-feira (21), mas em grande parte do Brasil, com a redução da temperatura, já aumentaram os casos de doenças respiratórias. Segundo o geriatra da Unimed Araxá, o médico Adriano Roberto Tarifa Vicente, estas doenças são comuns a todas as pessoas, mas afetam principalmente as crianças, que têm o sistema imunológico ainda em desenvolvimento; e os idosos, que têm um sistema mais fragilizado. “A maioria das doenças respiratórias virais são causadas pelo rinovírus, influenza, adenovírus, Covid-19 e o vírus sincicial respiratório, com curso na maioria das vezes autolimitado, entretanto, a fragilidade da imunidade pode desencadear pneumonia, amigdalites, bronquiolite e asma”, explica.

Gripe

A gripe é uma infecção causada pelo vírus influenza, que atinge o sistema respiratório e tem grande potencial de transmissão. Cerca de 40 mil pessoas são internadas por ano por complicações da gripe. O tratamento é feito com medicações para aliviar sintomas que costumam durar de sete a dez dias. Os principais são: mal-estar, dor no corpo, febre, dor de garganta, dor de cabeça, tosse e secreção nasal clara. “Se os sintomas têm menos de 48 horas, gestantes, idosos e imunossuprimidos podem fazer uso de oseltamivir, que é um antiviral fornecido pelo SUS reduzindo a incidência de complicações e de sintomas da gripe”, ressalta.

A vacina é a única forma eficaz de prevenir a gripe. “Ela é de dose única e de validade anual, está disponível nas redes privada e pública de saúde e é indicada para todas as pessoas acima de seis meses de idade, incluindo grávidas e imunossuprimidos”, destaca o médico, doutor em Ciências da Saúde pela Fiocruz.

Resfriado

O resfriado comum pode ser causado por mais de 200 vírus diferentes, sendo o mais comum o rinovírus. A doença se desenvolve de forma muito parecida com a gripe, mas os sintomas costumam ser mais brandos, com duração de três a cinco dias. Os sintomas são: espirros, coriza, congestão nasal, mal-estar e dor de garganta.

Foto Divulgação 

Asma

A asma é uma doença crônica, sem cura e não transmissível, que causa inflamação nas vias aéreas, deixando-as sensíveis ao entrar em contato com poeira, mofo, fumaça de cigarro, entre outros agentes irritantes. Pode atingir qualquer idade e as crises se acentuam nas estações mais frias. Os principais sintomas são: falta de ar, aperto e/ou chiado no peito e tosse seca.

Pneumonia

A pneumonia é uma inflamação que atinge os pulmões e pode ser causada por vírus, fungos ou bactérias, sendo a última a mais comum. A doença pode causar comprometimento grave dos pulmões, principalmente em pessoas dos grupos de risco. “É a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos e os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, dor no tórax, fraqueza, mal-estar generalizado, falta de ar, secreção de cor amarelada ou esverdeada”, alerta Dr. Adriano.

Existem 3 vacinas para a doença:

– A pneumocócica 10 valente – previne cerca de 70% das doenças causadas por dez tipos de bactérias pneumococos, responsáveis pela pneumonia, otite e meningite. É recomendada para crianças a partir de 2 meses e menores de 6 anos de idade.

– A pneumocócica conjugada 13-valente previne doenças causadas por 13 tipos de pneumococos. A vacina é indicada para crianças a partir de 2 meses, adultos do grupo de risco e adultos com mais de 50 anos de idade

– A pneumocócica polissacarídica 23-valente é disponibilizada nas redes públicas de saúde para idosos com mais de 60 anos de idade e crianças, adolescentes e adultos de grupos de risco para doença pneumocócica.

Prevenção

As crianças são fonte importante de disseminação de vírus e, portanto, o contato com os idosos pode infectá-los gerando riscos. “Quando uma pessoa estiver com sintomas respiratórios, ela deve ficar isolada e, se o contato for necessário, que seja feito com medidas de higiene como lavar as mãos e uso de máscaras nos ambientes em comum”, orienta.

Para prevenir as doenças comuns do frio é importante seguir algumas dicas:

• Verifique se as vacinas estão atualizadas, especialmente as do sistema respiratório (COVID, Influenza e pneumocócica).

• Mantenha-se hidratado e beba bastante líquido, aproveite os sucos cítricos como laranja e limão. Uma boa maneira de se aquecer e hidratar é consumir chás e bebidas quentes.

• O inverno pode ser muito seco e a redução da umidade pode desencadear doenças decorrentes do ressecamento das vias aéreas. Coloque bacias de água ou toalhas molhadas nos cômodos da casa para umidificar o ambiente, umidificadores de ar em geral são pouco potentes e seu uso deverá ser ao lado da cama.

• Mantenha os ambientes ventilados no inverno. As pessoas costumam ficar mais juntas em ambientes fechados para se aquecerem e isso facilita a transmissão de agentes respiratórios.

• Tenha uma alimentação variada e saudável. No frio, as pessoas tendem a consumir alimentos mais calóricos, aumentando o risco de obesidade. As frutas, castanhas, nozes e vegetais oferecem vitaminas, minerais e antioxidantes que fortalecem o sistema imune.

• Evite contato com pessoas doentes e, se necessário, tome as medidas de precaução.

• O sono exerce importante papel na imunidade. É preciso respeitar o mínimo de horas necessárias. Pessoas acima de 60 anos necessitam de, no mínimo, seis horas de sono.

• Exercite-se regularmente. Atividades aeróbicas, como nadar, correr ou simplesmente andar aumentam a capacidade respiratória. Evite exercícios físicos ao ar livre em dias muito frios e secos.

• Lave as mãos com água e sabão ou solução de álcool 70% ao chegar em casa da rua, depois de assoar o nariz, espirrar ou tossir, após ir ao banheiro e antes de preparar alimentos;

• Não mande crianças doentes à escola;

• Cubra o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, de preferência com lenços descartáveis ou usar o braço e nunca as mãos, pois elas podem ser uma fonte de contágio para outras pessoas.

• Se há dificuldade respiratória ou febre prolongada, é preciso procurar atendimento de saúde.

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