Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus

A ONG Prematuridade.com, como membro da Rede Mundial de Prematuridade (World Prematurity Network), une-se todo ano aos esforços globais da EFCNI e da March of Dimes para promover a campanha do Dia Mundial da Prematuridade, que acontece durante o mês de novembro, o chamado Novembro Roxo, concentrando ações principalmente no dia 17.

De acordo com dados da Fiocruz e da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus. Segundo o estudo “Born Too Soon”, realizado pela ONG americana March of Dimes, o Brasil é o 10º país no ranking da prematuridade.

“Além do risco alto de mortalidade, crianças que nascem precocemente podem ter dificuldades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global”, pontua Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre.

Causas do parto prematuro

Bebês prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação, cuja duração completa é entre 37 e 42 semanas, ou 9 meses. Já a prematuridade extrema ocorre quando o bebê nasce com menos de 28 semanas de gestação, enquanto a prematuridade tardia acontece entre 34 e 36 semanas e seis dias. No entanto, todos os casos podem gerar complicações. As principais são:

– Bolsa rota/ruptura prematura de membrana (RUPREME ou ROPREMA)

– Hipertensão crônica

– Pré-eclâmpsia

– Síndrome de Hellp

– Insuficiência istmo-cervical

– Descolamento prematuro da placenta

– Placenta prévia

– Malformações uterinas

– Infecções uterinas

– Gestação múltipla

– Malformações fetais

“Além disso, outros fatores podem levar ao parto prematuro: ausência do pré-natal, fumo, álcool, drogas, estresse, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, baixo peso, distúrbios de coagulação e gestações muito próximas (menos de 6 a 9 meses entre o nascimento de um bebê e ficar grávida novamente)”, explica Carlos Moraes.

Sinais do trabalho de parto prematuro

Sintomas como contrações a cada 10 minutos ou mais, mudanças na secreção vaginal, pressão pélvica, dor lombar, cólicas menstruais, cólica abdominal com ou sem diarreia podem ser sinais de trabalho de parto.

Como prevenir o parto prematuro

Algumas medidas simples podem evitar que o bebê nasça antes do tempo. São elas:

– Assim que o resultado der positivo, avise seu médico imediatamente. Quanto antes o pré-natal for iniciado, melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.

– Revele ao médico o seu histórico de saúde. Doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê.

– Mantenha-se numa faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista.

– Evite bebidas alcoólicas. Durante a gestação, o álcool pode ter efeitos bastante nocivos para a criança, incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento.

– Não fume. O cigarro aumenta chances de parto prematuro, do bebê nascer com baixo peso e da morbimortalidade dos recém-nascidos.

– Não se automedique. Mesmo que seja uma simples dor de cabeça ou um enjoo, consulte seu médico para saber o que pode tomar.

– Se não houver restrições, faça atividade física. De preferência, com acompanhamento profissional.

– Mantenha seu calendário de vacinação atualizado. Converse com seu obstetra sobre o assunto, pois algumas vacinas são contraindicadas na gravidez, enquanto outras necessitam de reforço.

– Não se esqueça do ácido fólico e da vitamina B12. Eles evitam que o bebê desenvolva malformações e danos no sistema nervoso. O consumo do ácido fólico deve ser iniciado antes mesmo da concepção do bebê.

– Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.

“A prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar adequado, seguido do acompanhamento pré-natal, garantindo o bom desenvolvimento da gravidez, a saúde materna e um parto bem-sucedido”, finaliza Carlos Moraes.

C/ FGR Assessoria de Comunicação

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