Estudos indicam que as dores na coluna estão entre as principais causas de afastamento do
trabalho e aposentadoria precoce em todo o mundo

Com o passar dos anos a coluna naturalmente tende a sofrer anormalidades estruturais e alterações degenerativas que podem ser exacerbadas com o trabalho pesado, obesidade e sedentarismo. Foto Crédito: Freepik.com

As dores na coluna estão atualmente entre as principais queixas relatadas nos consultórios médicos. Para o neurocirurgião, Guilherme Augusto Leonel de Magalhães, a explicação é lógica. “As dores na coluna existem desde que o ser humano adotou a posição ereta. Estudos indicam que as dores na coluna estão entre as principais causas de afastamento do trabalho e aposentadoria precoce em todo o mundo, o que levou especialistas a buscar formas de aliviar seus sintomas”, explica.

Ainda segundo o médico, os tratamentos clínicos evoluíram consideravelmente. Além deles, foram criadas diversas opções cirúrgicas, principalmente na última década. “Se os resultados cirúrgicos, atualmente, são considerados bastante satisfatórios, a indicação cirúrgica, pode-se dizer com toda segurança, ainda se constitui o elemento fundamental no sucesso do tratamento”, ressalta.

Por que sentimos dores de coluna?

A coluna vertebral abriga em seu interior a medula espinhal e as raízes nervosas que dão origem aos nervos espinhais, através dos quais o sistema nervoso central se comunica com as estruturas periféricas. Os discos intervertebrais são estruturas de natureza fibrocartilaginosas que separam as vértebras, absorvendo cerca de 70% a 80 % dos impactos na coluna e permitindo movimentos de flexão e extensão, além de inclinação lateral.

Em determinadas circunstâncias, os discos intervertebrais podem comprimir os elementos neurais, mais frequentemente as raízes nervosas e, em alguns casos, até mesmo a medula espinhal. “Essa condição recebe o nome genérico de hérnia de disco, podendo ocorrer em qualquer região da coluna, sendo mais comum na cervical e lombar. Apesar da hérnia de disco ser uma causa comum de dor de coluna, estenoses, infecções, tumores, artroses, osteoporose devem ser consideradas”, destaca Dr. Guilherme.

Com o passar dos anos a coluna naturalmente tende a sofrer anormalidades estruturais e alterações degenerativas que podem ser exacerbadas com o trabalho pesado, obesidade e sedentarismo. Diversos trabalhos demonstram uma forte ligação entre peso corporal, estatura baixa, sedentarismo e dores na coluna. Fatores psicológicos como depressão, distúrbios somáticos, fibromialgia, alcoolismo, divórcio e baixa renda associam-se com dores do tipo crônica. A degeneração do disco é influenciada por algumas profissões, pois o trabalho pesado pode acelerar em até dez anos este processo.

Procure ajuda

Doenças de coluna, dores e cirurgias da coluna devem ser avaliadas por um neurocirurgião, desde que este profissional possua capacitação, conhecimento e experiência tanto nos tratamentos clínicos quanto nos tratamentos cirúrgicos, quando indicados. “A cirurgia da coluna vertebral, motivo de medo para vários pacientes devido ao risco de sequelas permanentes, se constitui uma cirurgia rotineira com o risco de todas as outras em geral, desde que bem indicada e realizada por um especialista com experiência na área”, explica o médico.

Toda dor na coluna deve ser bem avaliada para um diagnóstico correto na sua causa. A partir do diagnóstico da causa da dor na coluna, define-se o tratamento, que pode ser conservador — com repouso, medicação analgésica e anti-inflamatória — ou cirúrgico. A fisioterapia deve ser individualizada para cada paciente, incluindo hidroterapia, reeducação postural e pilates. Ela é recomendada tanto no tratamento conservador quanto no pós-operatório. “Quando bem avaliada com um exame neurológico detalhado e tratada corretamente, a dor na coluna tem grande chance de alívio dos sintomas”, finaliza.

Dr. Guilherme Augusto Leonel de Magalhães
Neurocirurgião da Unimed/Araxá

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