Healthtech especialista em terapias complementares faz testes de ansiedade desde 2020;
levantamento indica percepção de preocupação, nervosismo e medo entre os respondentes

Um teste de ansiedade aplicado pela Guia da Alma, startup de soluções de saúde mental nos segmentos B2C e B2B, mostra que 62,6% das pessoas sentem alto nível de ansiedade no Brasil. O levantamento considera as respostas de 24.180 brasileiros para perguntas coletadas de forma online entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. A amostra compreende o durante e o pós-pandemia de Covid-19, período em que a busca dos brasileiros por saúde mental cresceu — pesquisa da Global Health Service Monitor apontou que, até 2022, o percentual de pessoas que se preocupam com saúde mental saltou de 18% para 49% em quatro anos no país.

A partir do questionário desenvolvido pelo Guia da Alma, foi constatado que 15.146 respondentes apresentavam alto grau de ansiedade, que pode vir associado a crises e outros sintomas, caso não tratado. Outras 7.528 pessoas, 31,1% do total, tiveram resultado moderado para ansiedade, segundo apontado pelas respostas às perguntas incluídas na avaliação. Os resultados mostram ainda que 1.107 pessoas (4,6%) e 399 pessoas (1,7%), apresentam níveis leves ou normais de ansiedade.

De acordo com Rodrigo Roncaglio, CEO da Guia da Alma, o teste de ansiedade é mantido de forma gratuita no site da empresa e tem como objetivo ajudar as pessoas a identificar qual o seu nível atual de ansiedade, junto a uma recomendação do que fazer para diminuir sua intensidade.

“Este é um questionário voltado para autoavaliação e autoconhecimento, não é um diagnóstico e não substitui uma avaliação médica ou terapêutica, nem descarta ou não o uso de medicamentos. O quiz é um direcionamento para que a pessoa entenda qual o seu nível de ansiedade e de que forma isso está afetando a sua vida, além de apontar maneiras de buscar ajuda para reduzir os impactos dessa condição”, afirma.

Foto Divulgação 

Conforme o especialista, os resultados confirmam uma tendência apontada por pesquisas mundo afora de que os números de pessoas com transtornos mentais já exigiam atenção antes da pandemia, mas foram agravados com ela, atingindo um número significativo de pessoas.

Um referencial é o Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, que apontou aumento de 25% no índice de ansiedade e depressão da população mundial somente no primeiro ano de pandemia. Dentre os fatores que envolveram o crescimento estão o isolamento social, a percepção de solidão, preocupações financeiras e de desemprego, luto, medo de adoecer e perda de vínculos afetivos com familiares e amigos.

Porém, até hoje estamos sentindo suas marcas, somadas às mudanças culturais, sociais e tecnológicas. Diversas pesquisas, como a apresentada nesta matéria, apontam que os níveis de ansiedade e outras doenças mentais continuam graves, mesmo no pós-pandemia.

“Houve um estado de angústia coletivo, com reações como insônia, estresse, lapsos de memória e sobrecarga de informações com as quais precisamos lidar ainda hoje e se refletem no teste de ansiedade. Essa preocupação com a saúde mental precisa ser proporcional ao investimento global para que possamos lidar com esse problema sem tabus — apontando para um caminho árduo a percorrer. Dentre tantos desafios, uma coisa aprendemos: o cuidado com a saúde mental deve ser constante”, avalia.

O que é, sintomas e tratamentos

A ansiedade é uma reação natural do nosso corpo diante de situações de ameaça, perigo, dor e/ou sofrimento, e causa sensações de desconforto a nível físico, emocional e mental. Ela se caracteriza pela preocupação intensa, nervosismo, medo de situações cotidianas, e sensação de angústia.

Conforme Liana Chiaradia, fundadora da Guia da Alma, “quando essas reações se tornam excessivas, a ansiedade pode interferir na maneira como conduzimos nossa vida, tornando difícil enfrentar os desafios do dia a dia. Nesse ponto, ela se torna um distúrbio que exige cuidados”, destaca.

Os sintomas mais comuns da ansiedade são:

– Pânico, medo e inquietação;
– Sentimentos de desgraça ou perigo;
– Problemas com o sono;
– Incapacidade em ficar calmo e quieto;
– Respirar mais rápido e mais rapidamente do que o normal (hiperventilação);
– Palpitações cardíacas;
– Incapacidade de concentração.

Já os casos de ansiedade excessiva, podem ter sintomas ainda mais graves, como:

– Limitações no cotidiano;
– Sensação paralisante;
– Sofrimento e incapacidade;
– Ansiedade intensa e prolongada;
– Crises e transtornos de ansiedade.

Segundo Liana Chiaradia, os tratamentos variam de caso a caso e podem incluir a necessidade de terapias complementares, mudança de hábitos de vida, adesão a atividades físicas e de lazer, acompanhamento profissional e/ou uso de medicamentos que devem ser prescritos por médicos especialistas. É necessário ajuda. Caso tenha identificado algum sintoma, procure ajuda especializada e acompanhamento profissional.

C/ Agência Dialetto

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