COLUNA EMPREENDER PELAS BEIRADAS

Foto Crédito: Freepik.com

Por Wellington Martins

Cada dia que passa, o mercado de trabalho brasileiro se mostra mais aberto e ávido por novos talentos. Em todos os cantos do país, empreendedores buscam pessoas dispostas a trabalhar, aprender e crescer junto com suas organizações. É um fato incontestável: o país tem vagas, há oportunidades, e falta apenas conectar as pessoas certas aos espaços certos.

Segundo dados estatísticos recentes, o Brasil já contabiliza mais de 92 milhões de pessoas recebendo algum tipo de benefício social do governo federal. Por um lado, essa rede de amparo tem um papel importante de garantir segurança básica a milhões de famílias em situação de vulnerabilidade. Mas, por outro, também revela uma face preocupante: a dependência crônica que trava o desenvolvimento e adia o sonho da autonomia.

No campo da inclusão das pessoas com deficiência, o cenário é semelhante. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), criado com uma nobre finalidade, acaba muitas vezes se transformando em uma espécie de “bengala social”. Quando o benefício passa a ser visto como destino — e não como ponto de partida —, ele atrofia o caminhar em direção à prosperidade, ao trabalho e à independência pessoal e profissional.

É preciso coragem política e sensibilidade humana para rever modelos que sustentam a dependência e não incentivam o protagonismo. O SINE — Sistema Nacional de Emprego — tem sido um exemplo de espaço que poderia ir além da simples intermediação de vagas. Poderia ser, de fato, um “projeto porta de saída”, capaz de receber, capacitar e encaminhar para o mercado pessoas que hoje vivem amarradas a benefícios que deveriam ser temporários.

Mais do que inclusão, precisamos falar em emancipação. O verdadeiro sentido de inclusão é abrir portas — não para permanecer nelas, mas para atravessá-las e seguir adiante.

Um abraço e até a próxima…

Comentários estão encerrados