Aporte contempla inauguração de unidade, expansão e modernização de empreendimentos no País

O plano de se tornar a maior rede nacional de resorts do Brasil está a pleno vapor no Grupo Tauá de Hotéis e Resorts. O investimento de R$ 1,5 bilhão até 2030 prevê a entrega e inauguração do resort de João Pessoa (PB), orçado em R$ 650 milhões, em meados de 2026.

O restante contempla a expansão da unidade de Atibaia (SP), que vai ganhar um novo prédio com 240 quartos, totalizando 1.020 acomodações, e um novo parque aquático. E ainda, constantes modernizações nas demais unidades, sendo duas em Minas Gerais – Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e o Grande Hotel de Araxá, no Alto Paranaíba; uma em Alexânia (GO), e o Hotel Alegro, em Jarinu (SP).

De acordo com o CFO do grupo Tauá de Hotéis e Resorts, Frederico Gondim, esse é um novo ciclo de expansão ousado, mas feito com os pés no chão. Parte do desafio será realizado com recursos provenientes de uma captação de R$ 150 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), em parceria com o Banco Itaú.

A transação é uma alternativa tida como mais vantajosa do que o empréstimo bancário, por exemplo, e amplia as possibilidades de investimentos e créditos na área imobiliária.

Apesar de mais barato, o CRI ainda é pouco conhecido e subutilizado pelas empresas que precisam buscar dinheiro no mercado. O instrumento requer uma série de documentos e certificações que demonstrem a saúde financeira do tomador de crédito.

O CFO destaca que o grupo, com 38 anos, tem crescido de forma muito responsável. “Temos um histórico de investimentos próprios e baixo nível de endividamento. Isso nos ajudou muito a conseguir fazer o CRI. Vamos fazer um investimento muito forte até 2030, em grande parte puxado pela construção de João Pessoa, que começa com 510 unidades e depois para 1020”, diz.

Ele conta que hoje são 1.800 quartos no total e com João Pessoa, vai para para 2.800. “Vamos fazer uma expansão no nosso maior hotel que é em Atibaia, hoje com  780 quartos. Vamos acrescentar 240 quartos e ampliar a parte de infraestrutura do parque aquático. Atibaia vai dobrar de tamanho até 2027”, anuncia Gondim.

Ao passo em que constrói em João Pessoa e segue modernizando as demais unidades, o Grupo Tauá já está em negociações para a construção da sétima unidade. Espaços no Nordeste, na Região Sul e no interior de São Paulo estão sendo avaliados. A expectativa é que o anúncio seja feito em três meses.

Localização e mudanças climáticas

A viabilidade econômica não é o único aspecto avaliado. A proximidade com uma capital e as mudanças climáticas também têm grande peso sobre a decisão.

“Temos seis oportunidades sendo avaliadas e sempre atentos a outras que possam surgir. Dentro do nosso perfil de aliar o atendimento às famílias e também o público corporativo, buscamos, nesse momento, terrenos em cidades próximas às capitais, garantindo às famílias um deslocamento curto da cidade onde vivem ou do aeroporto onde chegam, e às empresas uma boa logística para atender aos seus colaboradores e convidados.

Outro ponto importante é a avaliação dos riscos trazidos pelos eventos climáticos extremos. Temos que oferecer conforto, segurança e logística para os nossos hóspedes em casos assim”, pontua.

Tauá não descarta novos hotéis em Minas Gerais

Embora o novo ciclo de expansão do Grupo Tauá esteja direcionado para outros estados, a rede não descarta novos hotéis em Minas, seu estado de origem. O primeiro resort da rede, localizado em Caeté, segue em constante processo de melhoria. Já o Grande Hotel Termas de Araxá, que é administrado pelo Tauá, é considerado a “joia da coroa”.

O prédio histórico, encravado em uma área de 400 mil metros quadrados de área verde preservada no cerrado mineiro, une o estilo eclético do neoclássico com a inovação do Art Decó e do modernismo. Tudo isso junto à imponente estrutura das termas que oferecem dezenas de tratamentos de saúde e bem estar e a grande estrela da companhia: a água sulfurosa.

O consumo e banhos nessa água rica em enxofre e outros minerais, segundo a história repassada de geração em geração, era o segredo de beleza de Dona Beja.

“Minas é a nossa origem e não queremos perder nenhuma boa oportunidade de investir no Estado que tem se destacado nos resultados do turismo nacional. Araxá é uma experiência especial. É um espaço tombado, onde toda intervenção é muito delicada. E cresce a cada dia o interesse do público corporativo pelo hotel que é um verdadeiro destino de bem-estar. Isso demonstra como a vida profissional e pessoal estão integradas e como as pessoas querem aproveitar o melhor dos dois lados”, destaca o gestor.

Resultados animam novos investimentos

Desde 2019, a rede triplicou o seu faturamento. Apenas em 2024, faturou R$ 650 milhões, e o resultado operacional cresceu 41% em relação a 2023.

Para 2025, a expectativa do grupo é faturar R$ 780 milhões, uma previsão de 21% de crescimento em relação a 2024, com ganhos de eficiência que proporcionarão um aumento no resultado operacional em adicionais 28%. Isso indica, segundo o executivo, que ao final de 2026, já com a unidade de João Pessoa em operação, o resultado possa bater a meta de R$ 1 bilhão em faturamento.

Além dos números, a expectativa é que o resort paraibano possa ajudar na conquista de hóspedes internacionais. Uma pesquisa realizada pela plataforma de viagens Booking.com, divulgada no fim de 2024, destacou que a capital da Paraíba deve se consolidar como a terceira cidade mais procurada por turistas de todo o mundo em 2025.

O estudo apontou tendências que moldam o turismo global, como a busca por lugares menos explorados, que oferecem experiências genuínas e memoráveis. A cidade ficou atrás apenas de Sanya, na China, e Trieste, na Itália.

“João Pessoa já está nos ensinando muito. O litoral brasileiro recebe muitos estrangeiros e devemos ter uma estadia média – cerca de uma semana – maior do que a média atual. O Brasil está muito atrativo para o turista estrangeiro por causa da desvalorização do real. Somos um dos países com mais potencial turístico e João Pessoa foi eleita entre as capitais do turismo no mundo. Todo esse cenário é muito positivo e nos anima a continuar investindo no Brasil”, afirma o CFO do Grupo Tauá de Hotéis e Resorts.

C/ Diário do Comércio

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