Testes rápidos, viagens mais curtas e rastreamento de passageiros via aplicativo devem compor o novo cenário

Por Rodolfo Milone

A pandemia do novo coronavírus afetou consideravelmente todos os setores da economia, assim como as rotinas e as vidas das pessoas. Há três meses, a frequência de voos caiu, e as viagens de férias, trabalho ou estudo tiveram de ser canceladas ou adiadas, devido ao isolamento social. Mas quando o turismo voltará ao normal?

A resposta para essa pergunta ainda não é conhecida. Até o momento, algumas medidas estão sendo estudadas para que seja possível fazer os percursos sem que as pessoas sejam infectadas ou levem o vírus para outros locais. Entre elas estão regras mais rígidas nos aeroportos, rastreamento de passageiros por aplicativos e novos protocolos em hotéis – de limpeza profunda reforçada a verificações de temperatura no check-in.

No momento, especialistas também estudam a retirada do assento do meio nas aeronaves. Isso porque sua exclusão possibilitaria o distanciamento entre os dois passageiros ocupantes das outras poltronas. Entretanto, também há projetos em que divisórias são colocadas entre os locais.

Aos poucos, o volume de viagens retorna aos aeroportos. Apenas no aeroporto de Guarulhos houve alta de 48% na média diária de decolagens na última semana de maio em relação ao início do mês. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as decolagens registradas entre o final de maio e início de junho representam 8,48% da média registrada no período.

Mesmo com a retomada gradual dos voos e da reabertura dos comércios, não significa que as medidas de prevenção devem ser deixadas de lado. Pelo contrário, elas serão necessárias por ainda mais tempo, segundo pesquisas internacionais. “Saúde e segurança estarão no topo das mentes dos viajantes – isso mudará a maneira como as famílias escolhem seus destinos e mudará a maneira como as empresas de viagens operam”, afirma Carolyne Doyon, presidente e diretora executiva do Club Med América do Norte e Caribe, em entrevista ao The New York Times.

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, sigla para The World Travel & Tourism Council) aposta em um “novo normal” assim que for possível, mas ressalta a importância da colaboração entre as instituições públicas e privadas para que isso aconteça.

“Aprendemos com experiências anteriores que, quando os protocolos do setor privado são levados em consideração e temos uma abordagem coordenada, o período de recuperação é significativamente reduzido, portanto, a colaboração do setor público-privado é crucial”, afirmou Gloria Guevara, presidente e CEO do WTTC.
Ainda que a crise que impacta o setor seja sentida de forma diferente pelos países, todos devem sentir os efeitos, já que a indústria corresponde a 10% do PIB mundial, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Assim, é possível que algumas empresas criem meios de incentivar a compra de mais pacotes de viagens, como passagem aérea em promoção e hotéis incluídos, por exemplo.

C/ Conversion

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