Por Wellington Martins
Em Minas Gerais, a gente costuma dizer que é melhor “empreender pelas beiradas”. Isso não significa medo de arriscar, muito menos falta de coragem. É sabedoria de quem sabe que, às vezes, é preciso contornar o centro das atenções, estudar o jogo, e ir chegando — quietinho — até surpreender. E é justamente esse o exemplo que o treinador Leonardo Jardim está dando no comando do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro.
Sem alarde, Leonardo tomou uma decisão difícil: colocou dois dos principais e mais caros jogadores do elenco na reserva. Um deles não gostou, não entendeu, e deixou o clube. A atitude causou barulho, mas ele não recuou. Como todo bom estrategista, seguiu sua intuição. E, mineiramente, segurou firme o leme do time.
O resultado? O Cruzeiro começou a subir, jogo a jogo, mostrando consistência, disciplina e, principalmente, um futebol coletivo. Leonardo não seguiu o manual dos mais ousados, tampouco fez discursos inflamados. Fez diferente: enxergou valor em jogadores subestimados, reorganizou a casa, e apostou na meritocracia. Coisa de quem tem visão.
Esse movimento lembra muito o que é empreender de verdade, especialmente no interior de Minas. Nem sempre você começa com o melhor produto, com o maior investimento ou com a vitrine mais chamativa. Mas se tiver clareza de propósito, confiança no que acredita e disposição para tomar decisões impopulares quando necessário, você chega lá.
No mundo dos negócios e na vida, não é preciso gritar para vencer. Às vezes, o verdadeiro empreendedor é aquele que observa mais do que fala, escolhe mais do que copia e arrisca com inteligência. Leonardo Jardim pode estar ensinando isso à beira do campo, mas a lição serve para qualquer mineiro que está tentando fazer a diferença.
E você? Está preparado para colocar na reserva aquilo que não está rendendo, mesmo que custe caro? Está disposto a apostar no potencial escondido da sua equipe, da sua comunidade, do seu próprio negócio? Se sim, vá em frente — mesmo que seja pelas beiradas. Porque é assim que, por aqui, a gente vence.
Um abraço e até a próxima…