Após quarentena, tamanduá bandeira e lobos-guarás devem participar do programa de reprodução para preservação da espécie
O Criadouro Científico da CBMM, parte do Centro de Desenvolvimento Ambiental da companhia, ganhou três novos moradores desde dezembro: um tamanduá bandeira e dois lobos-guarás. Com limitações físicas, decorrentes de violências, os animais foram encaminhados à companhia pelo Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Agora estão em quarentena, aguardando exames sanitários e liberação para serem inseridos na dinâmica do criadouro, que é a formação de novos casais para continuidade da espécie, por meio de reprodução.
Os animais chegaram às instalações da CBMM em dezembro. Com histórico de atropelamento e uma cirurgia na pata traseira, o tamanduá bandeira, uma fêmea, ficou com dificuldades de locomoção.
Os lobos-guarás são uma fêmea e um macho. A fêmea sofreu atentado por arma de fogo e teve a pata dianteira amputada. O macho está cego de um olho e tem atrofiamento na pata dianteira. Possivelmente, também terá que passar por amputação.
Thiago Amaral, gerente de Meio Ambiente e Apoio Tecnológico da CBMM, conta que os animais vieram do Cetras de Patos de Minas. No trabalho da instituição ligada ao IEF, os animais que estão em condições saudáveis são reintroduzidos na natureza. Quando não, são encaminhados a projetos como o Criadouro Científico. “Provavelmente, esses animais não teriam condições de sobreviver na natureza. Dentro do criadouro, podem até conseguir se reproduzir e ter dignidade de continuidade de vida”, diz Amaral.
Inaugurado na década de 1980, o Criadouro Científico da CBMM, que já recebeu aproximadamente 400 animais vindo de órgãos ambientais, cria, reproduz e mantém animais silvestres ameaçados de extinção, para fins de conservação, pesquisa e subsídio a programas de educação ambiental.