Carlos Humberto Londe e Elaine Cristina Silva, completaram a prova em 27 horas e 10 minutos e ficaram com a 14ª e 15ª colocação na classificação geral

Araxá foi destaque na Brazil 135 Ultramaratona que foi realizada entre os dias 13 e 18 de janeiro nos municípios de São João da Boa Vista (SP) e Borda da Mata em Minas Gerais. A Brazil135 Ultramarathon é uma das provas mais duras do calendário brasileiro e é considerada a melhor oportunidade, na America do Sul e Central, para se qualificar para a Badwater 135 no Vale da Morte na Califórnia, Estados Unidos, que é considerada a corrida mais difícil do mundo, devido ao calor extremo. Atualmente o casal reside em São Paulo.

A tradicional competição, que este ano reuniu mais de 11 mil atletas de várias partes do Brasil e do exterior, foi disputada nas categorias solo, dupla e quarteto e teve percursos de 135 km e 217 km. De Araxá participaram os ultramatonistas Carlos Humberto Londe e sua esposa Elaine Cristina Silva, ficando em 14º e 15º lugares na classificação geral., respectivamente. A participação na Brasil135 Ultramarathon é feita apenas por convite e apenas um seleto grupo de atletas participam dessa competição que, além de ser uma das mais difíceis das Américas, também é a mais antiga do hemisfério sul.

Emocionado com o excepcional resultado da prova, Carlos Humberto Londe conta que foram mais de 27 horas correndo sobre chuva forte, barro e atoleiro. Com a “alma lavada”, o atleta destaca que a força mental foi a mola propulsora para resistir à dor e ao cansaço extremo. “Há momentos em que você se sente muito forte, como se pudesse continuar correndo para sempre. Logo depois, você sente que dói tanto que você não pode chegar nem na esquina da rua. Então, você ultrapassa seus limites e se sente forte novamente. Foi assim que corremos ombro a ombro e conseguimos completar essa super prova”.

O ultramaratonista acredita que o atleta que compete em eventos de resistência tem maior tolerância a dor. “Não sabemos se essa tolerância à dor é resultado da sua pressão interna ou se é inerente. Em uma corrida como essa que chegamos a mais de 27 horas correndo sofre situações completamente adversas, acho que a primeira metade você corre com as pernas e a segunda, com a mente. Chega a um ponto na corrida em que a dor te consome, aí você tem que lidar com o fato de que há muita dor e ela não vai desaparecer. Durante a corrida em que o corpo está exausto, é preciso estar pronto para esses momentos. Quando seu célebro quer que você pare porque está com dor, distraia-se, brinca com quem está ao teu lado. Para ser honesto, estou aliviado. Uma corrida como essa nunca há qualquer garantia de que você vai terminar. Eu tenho um grande respeito por todos que participaram desta corrida”.

A Preparação

Os atletas de Araxá são especialistas quando o assunto é Corrida de Montanha e participam de várias competições todos os anos, como é o caso da Forrest Run, a corrida mais tradicional e ‘insana’ de Minas Gerais. Carlos revela que para aceitar o desafio de encarar a BR 135 Ultramarathon 135 km, foram meses de treinamentos e muita dedicação. “Nos dedicamos e empenhamos muito e o resultado foi extremamente positivo”, comemora.

A prova teve início em São João da Boa Vista, interior de São Paulo e passou pelos municípios de Andradas, Crisólia, Ouro Fino, Inconfidentes e terminou em Borda da Mata, Minas Gerais. Foram, no total, 27 horas e 10 minutos de corrida parando apenas para hidratação e alimentação.

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