Uma oportunidade para que mais pessoas conheçam o que de melhor é produzido no artesanato de Araxá. O Ateliê Municipal de Tecelagem “Hermantina Drummond” participou, entre os dias 6 e 11 de dezembro, da 33ª Feira Nacional do Artesanato, realizada no Expominas, em Belo Horizonte.

Considerada uma das mais tradicionais feiras de artesanato da América Latina, o evento recebeu artesãos de todo país que levaram 359 produtos, dentre eles 130 foram de novos repassos – que são as formas de tecer, com estampas exclusivas nunca antes produzidas. A coordenadora do ateliê, Adelina Rezende de Menezes, destaca a experiência de expor no evento nacional.

“O nosso trabalho foi muito diferenciado. Não houve algo igual em toda a exposição. Várias pessoas disseram estar encantadas com os nossos produtos e com a qualidade do acabamento. Das peças que levamos, quatro modelos são inéditos, de repassos novos. Temos realizado um trabalho de pesquisa de repassos característicos de tecelãs da nossa região, e que ainda não estão catalogados, como uma forma de valorizar a nossa forma de tecer”, ressalta.

Para a presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), Cynthia Verçosa, a participação na feira foi uma oportunidade para que mais pessoas conheçam a tecelagem araxaense. “Eu vejo essa participação na feira como um marco. É um trabalho diferenciado e feito há mais de 30 anos pelas tecelãs. Atualmente, toda a produção é contextualizada e traz nos repassos a história de Araxá. Tivemos vários produtos vendidos, onde cada pessoa que os adquiriu levou um pouquinho da cidade para vários cantos do Brasil e do mundo”, diz.

O trabalho

O projeto que norteia as atividades do Ateliê é o ‘Tramas do Tempo’, que possui três desdobramentos. No ‘Tramas do Tempo – Contando Histórias’ são buscadas referências, por meio de pesquisas, sobre como tecer um material, qual é a explicação para ele ser feito daquela forma, o significado de cada estampa bordada.

Já o ‘Tramas do Tempo – Tecendo Histórias’ tira do papel toda a teoria pesquisada. As tecelãs colocam a mão na massa para construir as peças com base nas referências. E por fim, há também o ‘Tramas do Tempo – Reciclando Histórias’, onde para compor as novas peças são utilizados tecidos têxtis descartados, como vestimentas que não têm mais utilidade na sociedade.

O trabalho das tecelãs pode ser acompanhado de perto pela população no Museu Dona Beja (Praça Coronel Adolfo, 98, Centro), de terça a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Durante a visita, é possível presenciar todo o processo, desde o desenrolar da linha do novelo ou do cone, passando pelo tear, até ao acabamento. As peças também podem ser adquiridas na loja do espaço.

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