A escuta da mulher que vive em Araxá é o centro de uma ação inédita que tem como objetivo levantar dados reais e sensíveis sobre a vida dessas mulheres no município: o Diagnóstico da Mulher de Araxá. A proposta é traçar um retrato amplo, humano e atualizado da realidade feminina em diversas áreas, como saúde, segurança, trabalho, educação, participação política e situações de violência.

Organizado pela Prefeitura de Araxá por meio da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (OPM) da Secretaria Municipal de Assistência Social e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), o diagnóstico busca ouvir mulheres de todas as regiões da cidade e de diferentes faixas etárias. A coleta de dados acontece por meio de um formulário on-line, e todas as respostas são anônimas e sigilosas.


“É um levantamento tanto quantitativo quanto qualitativo, que vai nos ajudar a mapear os principais desafios e fragilidades vividas pelas mulheres, como violência, desigualdade econômica, exclusão educacional e baixa representatividade política. São temas que precisam ser enfrentados com políticas públicas baseadas na realidade. E essa realidade começa com a escuta”, explica Leany Tupinambá, presidente do CMDM.

A pesquisa também destaca questões como acesso à saúde e direitos sociais, carga de trabalho doméstico, dificuldades com creche, moradia e transporte, e sobretudo o cenário da violência doméstica. Os primeiros dados já levantados revelam números que exigem atenção:

– 70% das mulheres que sofreram violência foram vítimas de agressão psicológica;
– 75% dos casos ocorreram dentro de casa;
– 64% das mulheres agredidas não denunciaram;
– 83% das vítimas de violência sexual permaneceram em silêncio;
– E quase 50% das mulheres relatam sintomas de ansiedade.

“Esses números escancaram uma realidade dura, mas que precisa ser enfrentada. Muitas mulheres são chefes de família, sustentam seus lares com até dois salários mínimos, e ainda enfrentam a solidão diante da violência. É por isso que esse diagnóstico é tão importante: ele transforma dor em dados, e dados em políticas públicas”, ressalta Luana Oliveira, coordenadora da OPM.

Os dados coletados serão utilizados pela rede de proteção à mulher para criar e fortalecer políticas públicas mais eficazes, ampliar o atendimento da rede de apoio, criar projetos sociais, e garantir que a escuta das mulheres se transforme em ação. “Se você ainda está em dúvida se deve participar, lembre-se: sua voz tem poder. Só podemos mudar aquilo que conhecemos. Conhecer a realidade da mulher em Araxá começa com a sua história. Juntas, somos mais fortes”, reforça Luana.

Como participar

O formulário está disponível para todas as mulheres de Araxá acessarem online. O preenchimento leva apenas alguns minutos e é totalmente seguro e anônimo. Acesse o questionário no link – https://forms.gle/UNKR3jVKu8UKmt1h6.

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