Por Wellington Martins

Antes de qualquer curso, livro ou palestra sobre empreendedorismo, existe uma figura que já praticava — sem saber — todos os fundamentos de um bom empreendedor: a mãe.
É ela quem, desde o nascimento do filho, administra recursos escassos, gerencia tempo, assume riscos, resolve problemas, motiva a equipe (ou a família) e ainda mantém o propósito firme, mesmo quando tudo parece desabar. Uma mãe é, por essência, a primeira empreendedora com quem temos contato na vida.
Pense bem: ela não fez o Empretec, o famoso curso do Sebrae que desenvolve 10 características comportamentais de empreendedores de sucesso, mas certamente já pratica todas elas — diariamente.
Busca de oportunidades e iniciativa?
Ela identifica o talento do filho na infância e corre atrás de uma escola de música, reforço escolar ou uma escolinha de futebol, mesmo que isso signifique cortar despesas pessoais.
Persistência?
Quantas vezes uma mãe repete as mesmas lições, chamadas de atenção e conselhos, mesmo sem retorno imediato? Ela acredita no processo — e não desiste.
Comprometimento?
Mesmo cansada, ela coloca a família em primeiro lugar. Renuncia a confortos e horários, em nome do bem-estar dos filhos.
Exigência de qualidade e eficiência?
Uma mãe nunca está satisfeita com o “mais ou menos”. Ela quer tudo do bom e do melhor — e não por vaidade, mas por amor. E faz isso com orçamento apertado, otimizando recursos como só ela sabe fazer.
Correr riscos calculados?
Quantas vezes ela abriu mão de um emprego fixo pra cuidar do filho pequeno? Ou se endividou para garantir uma oportunidade melhor para a família?
Estabelecimento de metas?
Ela planeja, sonha e traça objetivos para os filhos — muito antes que eles próprios tenham consciência disso.
Busca de informações?
Se tem uma novidade sobre saúde, educação ou bem-estar, ela já leu, assistiu, perguntou e compartilhou no grupo da família. Informação é poder — e mãe sabe disso.
Planejamento e monitoramento sistemático?
O calendário escolar, as vacinas, o horário do cursinho, o uniforme lavado, a lancheira pronta. Planejamento diário e monitoramento contínuo — tudo feito de cabeça e com amor.
Persuasão e rede de contatos?
Ela conquista apoio na escola, consegue vagas na creche, ajuda de parentes, orientação de vizinhos. O famoso “networking” materno funciona como poucos.
Independência e autoconfiança?
Mesmo sendo tantas vezes desacreditada, ela segue firme. Confia no seu instinto, na sua entrega e no seu papel.
Sim, mãe é empreendedora nata. E talvez o mais importante: empreende com o coração.
Neste mês de maio, mês das mães, celebre essa mulher que empreende desde o primeiro choro até o último conselho do dia. Ela é inspiração viva para todos nós que tentamos empreender, ainda que “pelas beiradas”.
Um abraço e até a próxima!