A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, na terça-feira, dia 6, a quarta fase da operação Malebolge, na cidade de Araxá, Alto Paranaíba, onde foram apreendidos materiais que serão utilizados nas investigações. A operação identificou um esquema criminoso que desviou mais de R$ 5 milhões da Prefeitura Municipal de Araxá.
O delegado responsável pelas investigações, Renato de Alcino Vieira, explica que inicialmente a operação tinha como objetivo apurar a existência de associação criminosa na Prefeitura, responsável por desviar recursos públicos. Na primeira fase, o inquérito policial inicial foi concluído. “Chegamos à conclusão de que tinham dois eixos atuantes: um na Prefeitura, onde estavam os líderes dessa organização criminosa; e o eixo de empresários, que junto com aquele, desviavam recursos públicos por meio de contratos de serviços de transportes, que eram pagos pelo município, mas não eram executados”, relembra. À época, o Ministério Público ofereceu denúncias contra seis pessoas.
Outras duas fases foram realizadas e, hoje (6/10), na quarta etapa da operação, duas empresas do ramo de transportes, localizadas em Araxá, com contratos com a Prefeitura, estão sendo investigadas. Foram realizadas buscas nas casas dos empresários e de uma contadora, bem como nas sedes das empresas. Nos locais, foram apreendidos computadores, notebooks, documentos, anotações e celulares.
Renato de Alcino destaca que, em um dos endereços, a sede não funcionava no local. “Existe o imóvel, mas ali não funciona a sede da empresa. Entretanto as duas empresas estão em operação”, afirma. O material arrecadado irá instruir dois dos 14 inquéritos policiais, que apuram diversos crimes, já instaurados durante a operação.
O delegado reforça que há indícios de possíveis fraudes envolvendo os alvos da quarta fase. “Foi identificado que essas empresas provavelmente tenham sócios de fato, ou seja, sócios que ali não se apresentam. Essas pessoas possuem outras empresas no ramo de transportes e, durante as licitações, concorriam com essas duas empresas investigadas. Estamos apurando esses fatos”, explicou.
Ainda, o Poder Judiciário determinou o bloqueio de bens e veículos, e o depósito em conta judicial dos valores que a Prefeitura porventura tenha que repassar para essas empresas.
C/ PCMG