Uma epidemia silenciosa. É assim que especialistas têm tratado o crescente número de notificações de sífilis em todo o país. “A sífilis é uma doença causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. É uma doença que tem cura e tratamento, mas nem sempre apresenta sintomas. Ainda assim as pessoas infectadas continuam transmitindo a doença”, explica a médica infectologista da Unimed Araxá, Jaqueline Ribeiro da Silva.

A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado) e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).

Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença:

– Sífilis Primária:
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Normalmente a ferida não dói, não coça, não arde e não tem pus. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

– Sífilis Secundária:
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Podem ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

– Sífilis Latente:
Essa fase é assintomática, ou seja, não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção).

– Sífilis Terciária:
Os sintomas podem surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Pode apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pela bactéria causadora da sífilis, através da placenta. “A maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresenta sintomas ao nascimento. No entanto, as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses, durante ou após os dois anos de vida da criança”, ressalta a médica.

São complicações da doença: abortamento espontâneo ou natimortalidade, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental e/ou morte ao nascer.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito através de um teste rápido (TR) de sífilis que é um exame prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Também podem ser feitos testes treponêmicos e não treponêmicos que são realizados em laboratório e que demoram poucos dias. “No diagnóstico de sífilis congênita deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais e a coleta de líquor”, explica.

Tratamento

O tratamento da sífilis é realizado com a penicilina e a dose e tipo de penicilina que devem ser utilizados vão depender do estágio clínico da sífilis. “A penicilina é o tratamento de escolha para sífilis, outros antibióticos devem ser avaliados para casos específicos de acordo com a avaliação criteriosa do profissional de saúde. Após o tratamento completo, é importante continuar o seguimento com coleta de testes não treponêmicos para ter certeza da cura. Todas as parcerias sexuais dos últimos três meses devem ser testadas e tratadas para quebrar a cadeia de transmissão. Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. O tratamento da sífilis congênita é realizado com penicilina cristalina ou procaína, durante 10 dias”, diz.

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. A prevenção da sífilis congênita é realizada por meio de pré-natal adequado e com qualidade. É fundamental que o teste para sífilis seja ofertado para todas as gestantes, pelo menos no primeiro e terceiro trimestres de gestação ou em situações de exposições de risco. As gestantes com diagnóstico de sífilis devem ser tratadas e seguidas adequadamente, assim como suas parcerias sexuais, para evitar reinfecção após o tratamento.

“Importante destacar que a sífilis não confere imunidade permanente, ou seja, mesmo após o tratamento adequado, cada vez que entrar em contato com o agente etiológico (T. pallidum) a pessoa pode ter a doença novamente”, alerta Dra. Jaqueline.

Unimed Araxá

A Unimed Araxá atua na região há 32 anos. Tem atualmente 200 médicos cooperados das mais diversas especialidades, com aproximadamente 25 mil clientes, 650 empresas contratantes nas cidades de Araxá, Ibiá, Campos Altos, Perdizes, Pedrinópolis, Tapira e Pratinha, além de atender cerca de 15 mil beneficiários de intercâmbio.

Desde 2017 a Unimed Araxá tem seu hospital próprio, que conta com o que há de mais moderno e eficiente na área e que também integra um Centro de Diagnóstico por Imagens e um moderno laboratório de análises clínicas. Mais recentemente inaugurou sua Clínica Multidisciplinar que tem atendimento exclusivo de profissionais como psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Junto ao prédio central, oferece ainda equipe integrada e programas de saúde voltados à melhoria de qualidade de vida, promoção da saúde e prevenção de doenças no Espaço Viver Bem.

A rede credenciada de serviços é composta ainda por seis hospitais, 15 laboratórios, 33 clínicas, além de aproximadamente 300 colaboradores de forma direta.

Comentários estão encerrados