A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito policial que apurou uma organização criminosa, chefiada por um ex-vereador, suspeita de desviar recursos públicos que haviam sido repassados pela Prefeitura de Araxá para uma entidade do terceiro setor. Entre maio de 2014 e fevereiro de 2015, a entidade recebeu R$ 559 mil dos cofres públicos. Onze pessoas foram indiciadas, entre outros crimes, por peculato, apropriação indébita qualificada, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PCMG também solicitou o bloqueio de bens e valores no total de R$ 10 milhões. Além da responsabilidade penal e a obrigação de ressarcir ao erário, os investigados e as empresas investigadas poderão responder por improbidade administrativa e pela Lei Anticorrupção.
Esquema criminoso
De acordo com a investigação, o líder da organização criminosa desviou os recursos por meio de empresas. Parte do valor pago na aquisição de bens e na execução de serviços foram entregues pelos empresários ao chefe do grupo.
Segundo apurado, entre as condutas criminosas, verificou-se que uma empresa que atuava no segmento da construção civil foi contratada para realizar intervenções na sede da entidade. O que ficou constatado foi a realização de parte dos serviços – e ainda assim superfaturados, a ideia era criar uma cortina de fumaça com a realização de intervenções pontuais para tentar encobrir os desvios.
Além disso, as investigações apontaram que pessoas ligadas ao líder da associação criminosa, em conluio com ele, se apropriaram de recursos que a entidade obtinha a partir da realização de bailes aos sábados e de mensalidades pagas pelos associados.
Empresários indiciados
Entre os indiciados, estão quatro empresários de Araxá, que descontavam cheques para o líder do grupo, possibilitando a lavagem do dinheiro desviado. Os cheques foram emitidos das contas abertas para gerir os recursos públicos. Apesar de terem sido entregues à empresa prestadora de serviço, acabaram sendo descontados e o dinheiro entregue ao líder da organização criminosa.
Ainda de acordo com a investigação, foi apurado que o líder da associação criminosa adquiriu um veículo novo em uma concessionária da cidade, pagando à vista, em dinheiro.
C/ PCMG