Fechados em casa sem quintal ou em apartamentos, muitos brasileiros podem estar com os números de vitamina D no organismo bem baixo. Nutrólogo Rafael Soares mostra como reverter essa situação antes que algo mais grave possa acontecer
Há pouco mais de um ano, a pandemia obrigou a sociedade a se isolar em casa e manter o distanciamento físico. As rotinas de trabalho e acadêmicas passaram a se concentrar dentro do próprio lar, e com isso, as pessoas estão passando menos tempo ao ar livre e expostas ao sol. Se por um lado isso pode parecer algo positivo, pois pode reduzir a propagação do coronavírus, por outro pode trazer sérios problemas.
Segundo o dermatologista e nutrólogo Dr. Rafael Soares, “a falta de exposição aos raios solares pode realmente desacelerar o fotoenvelhecimento, mas também traz a diminuição da vitamina D no organismo”. Ele lembra que o sol é responsável por 80 a 90% da disponibilidade desse nutriente no corpo, “o que é vital para a saúde não só dos ossos, pois a vitamina D na verdade é um hormônio, e sua ação vai muito além da boa saúde dos ossos, do coração e do sistema imunológico”, destaca o médico.
Para suprir a deficiência de vitamina D, Dr. Rafael orienta que, mesmo durante o isolamento social, fazer 15 minutos diários de exposição ao sol nos braços e pernas já são suficientes. “Isso pode ser feito no momento de colocar o lixo para fora, levar o cachorro para passear ou estender as roupas. Mas atenção, é preciso expor ao sol com segurança, ou seja, sempre use protetor solar e faça esta atividade apenas em horários recomendados, como antes das dez da manhã, e após às quatro da tarde. Aliás, o filtro solar não impede a formação da vitamina D, apenas a reduz, então pode usá-lo sem problemas”.
Outra recomendação do especialista é apostar em uma alimentação composta por elementos ricos em vitamina D, como peixes, ovos, laticínios, que contém grandes quantidades de Ômega 3 e antioxidantes. “Presente em alimentos como o óleo de fígado de bacalhau, bife de fígado, gema de ovo, peixes (atum, sardinha, salmão), queijos do tipo cheddar, suíço ou ricota, cogumelos, ostras e leite, deve-se lembrar que essas fontes respondem por apenas 10 a 20% da vitamina D necessária para os seres humanos. O restante é sintetizado pela pele quando exposta ao sol”, destaca.
Se por um lado o isolamento social e o distanciamento físico conseguem proteger da Covid-19, por outro a deficiência de vitamina D pode causar dores musculares, fraqueza e dor óssea em pessoas de todas as idades. “Os sintomas podem ser percebidos em indivíduos nas mais variadas faixas etárias. Em bebês, sua ausência pode provocar espasmos musculares e atrasar seu desenvolvimento para ações como sentar ou engatinhar”, reforça Dr. Rafael.
Para as crianças entre 1 e 4 anos de idade, a falta de vitamina pode afetar o crescimento ósseo. “E isso faz com que ele tenda a sofrer anomalias, com desvios na curvatura da coluna vertebral, que é a escoliose, e pernas arqueadas, chamado de joelho varo, ou joelhos juntos, o denominado joelho valgo. Essas crianças podem demorar a aprender a andar e que quando estiverem mais velhas possam sentir dor ao caminhar”, destaca Dr. Rafael.
Já nos adultos, a falta de vitamina D pode provocar fragilidade óssea, particularmente na coluna vertebral, na pelve e nas pernas. “As zonas afetadas ficam dolorosas ao tato e podem ocorrer fraturas. Aliás, nas pessoas idosas, essas fraturas ósseas, especialmente do quadril, podem acontecer com um leve choque ou de uma pequena queda”, pondera. Além disso, alteração de sono, concentração, hormônios e disposição, estão claramente relacionados a essa deficiência.
Diante deste cenário, Dr. Rafael Soares orienta que “a vitamina D está aí pronta para ser usufruída. Mesmo isolados em casa, é possível suprir a deficiência. Organize suas atividades diárias e tenha em mente que você pode estar beneficiando sua saúde da melhor maneira se seguir estas recomendações”, finaliza. E caso não seja suficiente, uma reposição orientada por médico é sempre bem vinda!
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