Estação de Tratamento de Água (ETA) da empresa se transformou em um mural ao ar livre,
deixando a cidade ainda mais bonita

Representantes da Copasa e da APPA – Cultura & Patrimônio, acompanhados por autoridades locais, artistas e população, realizaram na manhã de sexta-feira (20/12), em Araxá, a cerimônia de entrega dos murais em sua Estação de Tratamento de Água (ETA), por meio do Projeto “Arte nas Águas de Minas”, uma realização do Ministério da Cultura e da APPA – Cultura & Patrimônio, com o patrocínio da Copasa e viabilizado pelo Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

Os artistas locais Marlette Menezes e Matheus Black, selecionados pelo edital, foram os responsáveis pela criação, juntamente com o par Ramon Martins, selecionado previamente pela curadoria do projeto. A cerimônia ressaltou o objetivo do mesmo, de apresentar as diversas formas de se relacionar com a água, reconhecendo-a como substrato básico da vida e condição fundamental para o bem-estar humano e a justiça social.

Cristiane Carneiro, superintendente da Copasa no âmbito da Superintendência Centro-Oeste, segmento da empresa que abarca municípios no Pontal, Alto Paranaíba, Triângulo,  Noroeste e região central do Estado, participou do evento. “Um trabalho bonito, criativo e inspirador, que fomenta a cultura e desmistifica preconceitos. Os artistas executaram com maestria o que propuseram”, ressaltou ela. Leandro Cruz, gerente regional da Copasa, também marcou presença. “O mural retrata a fusão entre a arte e o cotidiano da sociedade, inspirando as pessoas que passarem por aqui a refletirem acerca da história contada através das obras”, destacou ele.

De acordo com Agostinho Resende Neves, vice-presidente e diretor jurídico da APPA Cultura e Patrimônio, foi um orgulho participar. “Eu estava comentando com o pessoal sobre o impacto do resultado das obras de arte aqui, na hora em que se chega ao ambiente. Deu vida, deu cor e trouxe uma relevância artística para a cidade, que já é ponto de referência para atividades esportivas e culturais. Então, a APPA estando aqui, podendo fazer essa contribuição, já com uma parceria histórica com a Copasa há muitos anos, desde o Expresso Melodia, é um motivo de muito orgulho e satisfação pra gente”, disse.

Ludmilla Ramalho, coordenadora do projeto, contou estar satisfeita com o resultado. “Estou completamente impactada com essa entrega, aqui em Araxá, nossa terceira cidade. Mais de 500 metros quadrados de obras artísticas. Chegamos da rua e já vemos o impacto, não precisa nem entrar na unidade da Copasa. Realmente, para quem acompanhou do início ao fim, vendo isso aqui tudo branco, uma grande tela em branco, ver de pertinho essas obras artísticas maravilhosas, realmente não tem como não ficar muito feliz com essa entrega. Então, estamos todos, é só a gente ver aqui no rostinho de todo mundo, está todo mundo feliz”.

Cintia Verçosa, presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto de Araxá, afirmou os benefícios de mais um projeto artístico no município. “As obras foram  um grande avanço para a Fundação, para a cidade de Araxá e para os artistas que foram selecionados. Eu vejo que já falaram aqui, mas eu vou reforçar a arte pela cura. As pessoas que têm esse contato, não só o contato do fazer, mas o contato de contemplar, isso é uma cura. E o projeto é muito bonito. E eu desejo vida longa a esse projeto. Parabéns a todos envolvidos. E essa questão de trazer o artista local também, trazer o artista de fora, esse intercâmbio é muito interessante. Porque eu tenho certeza de que vocês aprenderam, ensinaram, e essa troca aí que é o que é válido. Muito obrigada a todos”, pontuou.

A artista local Marlette Menezes contou sua experiência. “Olha, foi minha primeira experiência numa parede desse tamanho, no mural desse tamanho. Pensar o espaço já foi uma experiência. Mas chegando ao local, é diferente. A coisa de pintar a parede é corporal, é o corpo que chega, né? E tudo em torno interfere. Eram quatro homenzinhos, depois eram seis, e aí precisa pensar em que cor colocar. Então, é dinâmico, é uma experiência incrível. Eu, às vezes, falava assim, gente, não vai dar tempo, olha a chuva. E os outros artistas incentivavam a confiar no processo. Então, isso também foi um aprendizado, né? Confiar no processo.”

Ramon Martins se emocionou. “A gente está aqui falando da água, e que ela é incolor, né? Mas a água tem todas as cores, porque a água, é reflexo. O meu trabalho é natureza. Eu acho que eu estou aqui por causa disso. Eu sou um defensor da natureza, das nascentes, fico muito triste quando vejo uma árvore sendo cortada, e é tão fácil cortar uma árvore, mas leva tanto tempo pra ela crescer. E a gente está vivendo um aquecimento global que está trazendo, piorando a nossa qualidade de vida, e a nossa vida é tão passageira que a gente talvez não tenha consciência de como vai ser a vida das nossas futuras gerações. Mas eu sinto que é importante dizer que a gente tem que valorizar a natureza de modo geral, a água, as abelhas, o cultivo, igual aos nossos antepassados faziam. , os nossos arroz, né? Agradeço de coração a oportunidade, espero que possa ir embora e deixar algo que vai trazer uma transformação aí da cidade, e posso dizer que eu estou voltando uma nova pessoa, porque a gente chega de um jeito e volta de outro” destacou.

Matheus Black explicou a arte produzida. “Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de estar participando desse projeto. No meu trabalho,  tentei representar um pouco a água de sua maneira de ancestralidade mesmo, sabendo que nós todos fazemos parte de uma composição natural. Tanto é que a água tem uma figura preciosa, uma figura central, e à medida que ela vai descendo e passando pela máquina humana, a gente fala também sobre isso, ela vai se acabando até chegar na flor, embaixo, que não tem quase nada de água. O meu trabalho é muito interpretativo, eu gosto de deixar uma licença para as pessoas que construírem suas interpretações a partir dali. Tem um significado para mim, tem um significado para as pessoas que estão me ajudando” concluiu.

Sobre o projeto

Arte Nas Águas de Minas finalizou em dezembro sua terceira etapa. Em Divinópolis as obras foram estampadas em outubro. Em novembro foi a vez de Contagem. Em 2025, o projeto terá continuidade nas cidades de Pouso Alegre, Montes Claros e Coronel Fabriciano (entre janeiro e março de 2025). Ao todo, 18 obras de arte urbana serão produzidas em unidades da Copasa de seis cidades do interior do Estado.

Os trabalhos estão sendo assinados por seis artistas convidados de renome nacional e internacional, selecionados previamente pela curadoria do projeto, e por 12 artistas locais, sendo dois por cidade, escolhidos por editais publicados ao longo do percurso.

Acessibilidade

Em todas as etapas haverá uma atenção especial para acessibilidade com diversas iniciativas e apresentará recursos de plano de comunicação acessível, considerando design de cores, fontes e layouts que favoreçam melhor leitura e compreensão das informações, rotas acessíveis, mapa tátil e sinalização em braille, audiodescrição a partir de QR Codes das intervenções artísticas, intérprete de libras para as atividades abertura, oficinas formativas, encerramento e visitas mediadas. O projeto conta com a consultora em acessibilidade, Marci Silva, coordenadora da Nuvem Produção Cultural.

Sobre a APPA – Cultura & Patrimônio

A Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA – Cultura & Patrimônio) é uma associação cultural, sediada em Belo Horizonte, de fins não lucrativos, que tem como principal objetivo a promoção de iniciativas artísticas, culturais e patrimoniais que favoreçam o desenvolvimento socioeconômico. Em mais de 30 anos, a APPA já desenvolveu, gerenciou e executou, com sucesso, mais de 240 projetos, aprovados em diversos mecanismos de financiamento cultural, como leis de incentivo à cultura e fundos culturais, além do gerenciamento e execução de convênios, termos de parceria, contratos de gestão, termos de ajustamento de conduta, patrocínios não incentivados, entre outros.

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