Número de pessoas com excesso de peso cresceu 44% em quase duas décadas. Prevalência é maior nas capitais do Sudeste, entre homens e na população com menor escolaridade

Por Rebeca Kroll 

A obesidade e o excesso de peso são problemas crescentes no Brasil. Dados mostram que 61,4% da população das capitais brasileiras está acima do peso. O número demonstra um aumento de 44% em cerca de vinte anos, conforme o novo painel sobre obesidade lançado pelo Ministério da Saúde na última terça-feira, 10 de dezembro.

O panorama atual é quase 20 pontos percentuais mais alto do que os 42,6% registrados em 2006. Além disso, de acordo com a ferramenta, a região Sudeste apresenta a maior prevalência de indivíduos com excesso de peso e a cidade do Rio de Janeiro lidera o ranking das capitais, com 65,2%.

A plataforma traz dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) coletados nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal e permite explorar dados sobre sexo, faixa etária, escolaridade e indicadores regionais e municipais. Segundo o painel, a população masculina é a mais afetada, com 63,4% acima do peso. Além disso, 75% dos homens com idade entre 45 e 54 anos estão nesta condição. O percentual por faixa etária também permite analisar a gravidade da situação — mais da metade dos brasileiros estão com excesso de peso a partir dos 25 anos.

Foto Divulgação

Em relação a distribuição geográfica, todas as regiões apresentam números altos. O Sudeste possui o maior percentual de população acima do peso, com 63%, e o Centro-Oeste, o menor, com 59,5%. Mais da metade das capitais possui índices acima de 60%, com o Rio de Janeiro em primeiro lugar, seguido de Manaus (63,5%) e Belém (63,4%). A cidade de Teresina apresenta a menor taxa, com 50% dos indivíduos acima do peso.

É possível perceber que a série histórica conforme a escolaridade também está em crescimento e que o excesso de peso atinge mais a população com menor nível de ensino. Em 2023, 64,3% das pessoas com escolaridade até o 8º ano do ensino fundamental estavam acima do peso, três pontos percentuais acima da população que completou o ensino médio, 59,3%.

Desenvolvida pelo Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica (CNIE), a plataforma conta com outros filtros que facilitam o acesso a informações como ano, região, Unidade da Federação, município e capitais, tornando possível visualizar tendências e perfis específicos de 2006 a 2023. “O painel se apresenta como uma ferramenta essencial para subsidiar políticas públicas e estratégias de enfrentamento à obesidade, além de ser um recurso importante para pesquisadores e gestores de saúde”, disse o Ministério da Saúde em nota exclusiva ao Futuro da Saúde.

C/ Futuro da Saúde

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