“É a primeira vez que participamos de um concurso e ser selecionado entre os cinco melhores da categoria já é um prêmio”, afirmou o produtor de queijo Reginaldo de Assis Castro, um dos finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal Queijos. O Queijo Três Irmãos, produzido em Tapira, foi escolhido na primeira etapa do concurso, na categoria “queijos artesanais com adições/aromatizados/condimentados”. Apesar da estreia em concursos só ocorrer agora, a produção de queijos tem uma longa história de trabalho em família, e que inclui a participação do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio, do Sistema FAEMG.

O primeiro contato com a produção queijeira veio em 2007, quando Reginaldo trabalhava como operador de máquinas e seu patrão cedeu uma vaca para ajudar a família no sustento dos três filhos. Sua esposa, Liliana Patrícia Goulart de Castro, aproveitou o leite para produzir queijos. “No início, ela fazia e dava de presente. Depois passamos para duas vacas, três vacas e logo já fazíamos 60 queijos por dia”, afirmou.

Em 2012, o casal decidiu investir no negócio, alugou uma propriedade e a produção saltou para 100 queijos por dia. Mas, em 2015, o sonho de ter a área própria fez com que o trabalho voltasse praticamente à “estaca zero”. “Vendemos quase todo o nosso gado para comprar esta propriedade de 47,2 hectares, em Tapira, que não tinha nenhuma benfeitoria. Tivemos que recomeçar nossa produção, trabalhamos muito para chegar até aqui”, destacou Reginaldo. Na propriedade, também construíram a casa com a qual sempre sonharam.

“De lá pra cá, fizemos a queijaria e fomos melhorando a produção. Em 2018, entramos com o processo de certificação junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária. Mas, com a pandemia, o processo ficou parado e tivemos que refazer alguns exames. Foi uma luta, mas no final deu tudo certo e em janeiro deste ano conseguimos a certificação”, contou o produtor.

Homenagem aos filhos

A escolha do nome da queijaria – Três Irmãos – é uma homenagem do casal Reginaldo e Liliana, aos três filhos: Amanda, Cairo e Gustavo. “A gente trabalha para eles, por isso colocamos o nome. Os três trabalham comigo. É uma atividade cansativa, sem feriado ou folga, mas muito satisfatória. Este negócio é para eles”, comentou.

Hoje, a propriedade está focada 100% nesta atividade, com uma produção de 60 peças por dia, entre os tipos defumado, curado, meia cura e fresco. Metade da produção é destinada ao comércio de Tapira e a outra metade segue para os municípios de Araxá e Curitiba.

Com o bom resultado já na primeira inscrição, a ideia é continuar participando de outros concursos. “Quando o queijo é bem pontuado, isso agrega valor e estimula a curiosidade do consumidor em conhecer o produto. E, graças a Deus, nosso queijo é de muita qualidade”, completou.

Assistência técnica

Desde agosto de 2020, Reginaldo conta com a assistência do programa ATeG Balde Cheio, do Sistema FAEMG, na propriedade. De acordo com ele, tinha muitas dificuldades com controle de produção e de gastos mensais. “Se não tem reprodução, não temos leite e não produzimos queijo. Tinha vaca que não ficava prenha, o técnico deu assistência com todos os protocolos e tivemos bons resultados. Ele virou um parceiro nosso. Está sendo muito bom participar do programa”, afirmou.

O técnico de campo do Sistema FAEMG, André Henrique Neves Nunes, explicou que foram repassadas várias recomendações para a melhoria do rebanho, no manejo sanitário, nutricional e reprodutivo. “Ele é empenhado e está se dedicando ao que precisa ser feito na propriedade. Com as vacas produzindo mais e melhor, temos um leite com mais qualidade, o que contribui diretamente para a sua produção de queijo. O bom desempenho no concurso é mérito do seu trabalho e de sua família”, ressaltou.

Concurso

A primeira etapa do Prêmio CNA Brasil Artesanal Queijos, realizada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), selecionou 15 finalistas, em três categorias: queijos artesanais com tratamento térmico; queijos artesanais com 30 a 180 dias de maturação; e queijos artesanais com adições/aromatizados/condimentados. O produtor Reginaldo Castro foi selecionado com o Queijo Três Irmãos mofo branco.

Agora, os 15 queijos classificados serão avaliados por júri popular, que irá selecionar os produtos conforme análise sensorial. Essa etapa será realizada no dia 8 de junho, em Brasília, e terá peso de 50% na nota final geral do concurso.

A Comissão Organizadora do prêmio também avaliará a história do produto, item com peso de 10% na nota final geral das amostras participantes. A primeira etapa, já concluída, tem peso de 40%. Os resultados e a premiação serão divulgados posteriormente. O prêmio também tem a parceria do Sebrae.

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