A Polícia Civil de Araxá concluiu na quinta-feira, dia 20, a primeira fase da Operação “Malebolge”, que investiga desvio de recursos públicos em contratos de uma empresa de transporte com a Prefeitura de Araxá, e deflagrou, no mesmo dia, a segunda fase que culminou com a prisão de duas pessoas e buscas e apreensões em três imóveis. Entre as pessoas presas, estão o filho de um casal de empresários acusado de desvio de recursos públicos e um contador da empresa.

O delegado de Trânsito de Araxá, Renato Alcino, responsável pela operação concedeu entrevista coletiva para a imprensa na tarde de quinta-feira, dia 20. Ele afirmou que os indiciados faziam parte de uma organização criminosa e que, na visão da PC, interferia e corrompia os processos de licitação de serviços de transportes contratados pelo Poder Público Municipal. Disse que os cinco investigados foram indiciados por peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa e podem ser condenados a até 71 anos de prisão em regime fechado.


Dr. Renato Alcino durante coletiva de imprensa. Foto Crédito Jornal Correio de Araxá

“Os elementos encontrados por nós nas buscas e apreensões e nas medidas cautelares nos deram segurança para na data de ontem (quinta-feiram, dia 20) concluirmos essa fase da investigação em relação as cinco pessoas que estão presas. Consideramos que três dos servidores públicos que estão presos, eles entraram dentro de um cenário, relacionado a este esquema criminoso, em posições estratégias que iam desde a execução do suposto serviço, passando pela situação de compra que era necessário para dar andamento necessário ao empenhamento do recurso, até chegar a liquidação onde, efetivamente, ocorria o pagamento. O que vai acontecer a partir de agora, nós pedimos ao Poder Judiciário e foi deferido, o prazo de 15 dias para podermos concluir a investigação e a partir daí decidir se nós vamos incluir mais alguma pessoa entre os indiciados desta investigação ou se nós vamos inaugurar um novo procedimento de natureza policial. As provas até agora já nos tem recomendado este tipo de procedimento, de modo a não impactar uma futura ação penal que o Ministério Público venha interpor. Em relação aos indiciamentos de ontem (dia 20), para a Polícia Civil as pessoas que estão sendo investigadas constituem sim, uma organização criminosa que no seio da Prefeituta Municipal se articulou para desviar recursos públicos. As provas são veementes de que eles, de alguma forma lavaram o dinheiro retirado da Prefeitura de maneira espúria, ou seja, lavaram o dinheiro sujo”, complementou.

As duas pessoas presas nesta quinta-feira são suspeitas de forjar notas fiscais de prestação de serviços de transportes prestados à Prefeitura de Araxá e de transferência irregular de recursos entre a empresa investigada e uma outra empresa. Segundo a Polícia Civil, os documentos de contabilidade da empresa investigada eram adulterados. “Existem fortes suspeitas de que apenas 10% das notas fiscais repassadas dos serviços prestados à Prefeitura entravam na contabilidade da empresa”, destacou.

A Polícia Civil ouviu também o depoimento de dois empresários, funcionários e ex-funcionários da prefeitura, além de dois ex-prefeitos da cidade. Todos foram ouvidos na investigação da venda de imóveis por meio de contrato de gaveta (sem registro em cartório) na operação.

Resultado primeira e segunda fase Operação Malebolge: 05 prisões preventivas, 07 prisões temporárias, 13 mandados de busca e apreensão cumpridos, 20 veículos apreendidos (um deles foi liberado, os demais permanecem apreendidos), 30 veículos bloqueados, 26 imóveis bloqueados, 02 empreendimentos / imobiliário horizontal.

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